1965

Fui aprovado no concurso para Advogado de Ofício, cargo onde pontificam destacados advogados pernambucanos e professores da Faculdade de Direito da Universidade de Pernambuco, como Everaldo da Cunha Luna, Gustavo Pashauss, Rui Antunes e Nilzardo Carneiro Leão.  Os três primeiros foram meus professores na então Faculdade de Direito do Recife.

 

Quando convocado para assumir o cargo, recusei, porque me sentia mais vocacionado como Promotor de Justiça.

 

Em 2 de junho, reassumi o cargo de Promotor Público da comarca de Correntes, da qual era Juiz, Gabriel Wanderley Prazeres. Ali, em dia que não me lembro, conheci o Juiz de Direito, Aluízio Xavier que, à época, exercendo as funções de corregedor do Tribunal de Justiça, visitava aquela comarca. Foi um encontro surpreendente. Parecíamos amigos de um longo tempo. Firmou-se, entre nós, a partir daquele dia, uma sólida amizade que permaneceu íntegra até a sua morte. Anos depois, a meu convite, Aluízio passou a ser membro da Academia Pernambucana de Ciências.

Quatro meses depois, em 9 de outubro, fui removido para a comarca de Bonito, também de Segunda Entrância, onde trabalhei, sucessivamente, com três Juízes, André Alves de Melo, (que também foi meu colega no Curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco), José Valadares e José Oliveira, respectivamente.

 

Durante esse período, aconteceu um “poltergeist”, na cidade, deixando a cidade em polvorosa. Um centro espírita que lá existia diagnosticou que se tratava de espíritos perturbadores. O padre da Igreja local eximiu-se de investigar o fenômeno. Então, fui solicitado a fazê-lo e, de logo, constatei que a emprega da residência onde acontecia o “poltergeist” era a deflagradora do fenômeno. Orientei a família qual o procedimento a ser adotado, com a devolução provisoriamente da jovem, de aproximadamente 13 anos, à casa de seus pais e tudo voltou ao normal.

 

Por indicação de Cremilson Soares da Silva, fui admitido na Loja Simbólica Joaquim Nabuco nº 18, da Grande Loja de Pernambuco. Iniciado sozinho (o que é pouco frequente), todas as despesas da minha iniciação foram pagas pela Loja, o que é incomum.

Umas das reuniões festivas da Loja Simbólica Joaquim Nabuco

Em uma das sessões da loja, não lembro qual a data, bateram à porta do templo e, depois, identificado o visitante como mestre maçom, o Venerável ordenou ao Guarda do Templo que se lhe abrisse a porta. Para a surpresa de todos, não havia ninguém lá fora e, nesta noite, somente a Loja Simbólica Joaquim Nabuco estava reunida na sede da Grande Loja de Pernambuco, então situada na extinta Rua Augusta, no bairro de São José. A surpresa foi geral, pois não havia a mínima possibilidade de algum estranho ter entrado na Grande Loja. O Venerável encerrou a reunião e busca realizada em todas as dependências o imóvel resultou inútil.

 

Quase três anos depois, abandonei a Maçonaria, quando era candidato único ao cargo de Venerável da Loja.

Depois da minha saída, fui convidado, por várias Lojas Maçônicas para filiar-me a elas. Respondi aos convites, informando que não apenas me desfiliei da Loja Simbólica Joaquim Nabuco, mas da Maçonaria.

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