2016

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

15/11/2016 08:28

Opinião: Recife, há quase meio século, educa pela televisão

 

Giovanni Mastroianni

Advogado, administrador e jornalista

 

Dia 22 de novembro de 1968, há 48 anos, a Universidade Federal de Pernambuco inaugurava, no Recife, a TV Universitária, Canal 11, a primeira televisão educativa do Brasil. O acontecimento foi tema recente de dissertação apresentada pela comunicadora Maria Clara de Azevedo Angeiras, como requisito parcial para obtenção de título, no curso de mestrado do programa de pós-graduação em Educação da UFPE, no qual tive a honra de ser escolhido como um dos radialistas da época da inauguração para fornecer os subsídios indispensáveis à elaboração da propositura defendida para obtenção de seu grau acadêmico. Graças aos seus méritos e dedicação, a defensora da tese foi aprovada, após ser submetida a uma banca examinadora integrada por consagrados professores, portadores do título de doutor, com destaques especiais para Edilson Fernandes de Souza (orientador), Paula Reis Melo e José Luiz Simões.

Em mensagem a mim enviada por “e-mail” fui agraciado com elogiosos agradecimentos, extensivos ao seu orientador e examinadores: “Ao meu orientador, Prof. Edilson Fernandes, por sua firmeza serena ao me indicar a direção, quando havia tantos caminhos, ou ainda me guiar quando eu não enxergava nenhum e me reconduzir ao destino na minha busca pelo conhecimento. Aos membros da banca, cujo discernimento abriu os horizontes da nossa pesquisa e apontou, dentre meus erros e acertos, os aspectos onde eu poderia me superar. Agradeço o acolhimento dessa pesquisa pelo Programa de Pós-Graduação da UFPE, ao enxergar na interdisciplinaridade da Comunicação com a Educação o potencial histórico para a Universidade, Pernambuco e para o Brasil.”  Gratificada pela transformação que enriqueceu seu currículo educacional, ressaltou: “Transformei-me, de jornalista, em educadora. Aos amigos de todas as horas, à minha família, aos colegas de trabalho e de classe, por caminharem ao meu lado. Enfim, a todos que de alguma maneira contribuíram para a realização dessa pesquisa. Não poderia deixar de agradecer às pessoas que se dispuseram a colaborar com valiosos depoimentos registrados nas entrevistas, especialmente aos mestres cuja inspiração se tornou voz na história.” Os supracitados translados que fiz estão relatados, na íntegra, no Google.
Objetivando enriquecer a programação festiva que a TV-U elaborou para as comemorações de  quase meio século de atividades a serviço da educação, mais uma vez, fui um dos selecionados para prestar depoimentos ligados à inauguração da emissora. Registrei destaques especiais à época e não poderia esquecer os nomes de Mayerber de Carvalho, Luiz Maranhão Filho, Ivanise Palermo, Jorge José de Santana, Rui Cabral, José Pimentel, Maria de Jesus, Milton Bacarelli, Carmen Peixoto, Tereza Cunha, Vera Hazin, José Mário Austregésilo, Ziul Matos, José Maria Marques, Walter Rosa Borges, Fernando Machado, Jaime Ubiratan, Hugo Martins, Washington França, Paulo Cunha, José Maria Cavalcanti, Vanda e Renato Phaelante, entre muitos outros veteranos radialistas.

A primeira televisão educativa do país, a TV-U, Canal 11, certamente, cumpriu a principal missão para a qual foi criada, contribuindo, decisivamente, para a educação e cultura regionais.

Temas relacionados ao parapsiquismo são cada vez mais comuns em livros, revistas, filmes, novelas e no dia-a-dia das pessoas. Nem sempre são abordados tecnicamente, fato que gera muita desinformação e mitos. Mas o que é parapsiquismo e como desenvolvê-lo de maneira sadia?

De acordo com a Conscienciologia e a Projeciologia, parapsiquismo é a tendência evolutiva que a pessoa (ou a consciência) apresenta, de extrapolar as limitações do corpo físico – ou neuropsíquicas – para alcançar maior discernimento sobre a realidade da existência de outras dimensões. Isso se dá por meio do uso consciente das potencialidades dos quatro corpos de manifestação e do maior domínio das bioenergias. Normalmente os termos médium, sensitivo e paranormal são utilizados para denominar a personalidade parapsíquica.

No estudo do parapsiquismo, devemos considerar as seguintes variáveis: discernimento, autoconscientização multidimensional e intencionalidade. Discernimento é a capacidade de compreender situações, de separar o certo do errado. Autoconscientização multidimensional é a atribuição da consciência em sustentar a lucidez e o discernimento em múltiplas dimensões pelo domínio das suas energias, do parapsiquismo e da descoincidência dos veículos de manifestação. A intencionalidade caracteriza-se pelo que é feito de acordo com a vontade, deliberadamente.

MENTE OS TERMOS MEDIUM,

SENSITIVO E PARANORMAL SÃO UTILIZADOS

PARA A PERSONALIDADE PARAPSÍQUICA

O parapsiquismo pode ser sadio. Neste caso, o indivíduo parapsíquico tem controle sobre o processo, podendo parar ou interrompê-lo quando quiser a partir de sua vontade, com nível de autoconscientização multidimensional suficiente para saber quais são as consciências extrafísicas envolvidas diretamente e com discernimento quanto a suas ações. Outro ponto importante diz respeito aos resultados de suas ações, que devem ser pró-evolutivas. Ainda raro em nossa sociedade, este nível de parapsiquismo é manifestado pelas consciências que não sofrem de assédio interconsciencial, ou seja, não sofrem consequências negativas nas interações com outras consciências.

Já o parapsiquismo instável ou lábil é o mais comum. Mesmo quando bem-intencionado, nem sempre o indivíduo percebe as consequências negativas de seus atos. Outras vezes, não percebe com quais companhias extrafísicas se manifesta. Seu nível de autoconscientização multidimensional ainda é instável.

Na condição patológica existe o parapsíquico sem controle sobre o que acontece com ele, tipicamente caracterizado pela possessão doentia, quando quem manda é a consciência extrafísica sobre a consciência intrafísica de vontade débil. Nesses casos, as consciências extrafísicas envolvidas são as chamadas assediadoras ou obsessoras.

DESENVOLVIMENTO DO PARAPSIQUISMO

O desenvolvimento de qualquer habilidade da consciência requer muita dedicação e persistência.

No entanto, existem pessoas que naturalmente têm facilidade ou manifestam seu parapsiquismo
de maneira espontânea em função de terem desenvolvido esse traço em outras vidas. E por isso que existe o dito popular: “nasceu com o dom”.

NO PARAPSIQUISM0 SADIO, O INDIVÍDUO TEM CONTROLE SOBRE O PROCESSO, PODENDO PARAR OU INTERROMPÊ-LO QUANDO QUISER

Mas talento, somente, não garante resultados positivos. Para que o parapsíquico se desenvolva durante uma vida, é necessário seriedade. Caso contrário, toda a facilidade inicial pode ficar em subnível. Algumas pessoas acabam desenvolvendo-se empiricamente, por meio de suas próprias experiências de erros e acertos. Outras se associam a grupos, religiões ou linhas filosóficas que, em sua maioria, não apresentam metodologia para o desenvolvimento do parapsiquismo. No caso do Espiritismo, existe curso para formação de médium, o que já é um avanço.

No Centro de Altos Estudos da Conscienciologia (CEAEC) — www.ceaec.org, existem diversas dinâmicas com o objetivo de desenvolver o parapsiquismo do ponto de vista técnico e sadio. No desenvolvimento do parapsiquismo sadio, é importante que a consciência se conheça e saiba como reage de acordo com o nível de tranquilidade ou de pressão. Faz-se necessário questionar a si mesma com o objetivo de autoconhecimento. Esse processo evita alguns “mata-burros” comuns aos médiuns e parapsíquicos, principalmente aqueles relacionados ao poder e ao estrelismo. É importante que a pessoa aprenda a avaliar por si hipóteses sobre os fenômenos pelos quais esteja passando e somente após uma série de experiências com o mesmo teor e conteúdo saiba, com mais precisão, o que está acontecendo.

Nessa condição, aos poucos vai desenvolvendo sua sinalética energética-anímico-parapsíquica, que é um conjunto de sinais pessoais que permite a leitura dos fatos multidimensionais. Nesses moldes, o desenvolvimento técnico do parapsiquismo sadio ainda é raro.

PESQUISAS PARAPSÍQUICAS

No final do século XIX, o Espiritismo (1848), a Metapsíquica (1875) e a Parapsicologia (1889) iniciaram as primeiras pesquisas parapsíquicas com interesse científico. Charles Richet (1850- 1935), médico que recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia (1913), foi um dos pesquisadores da metapsíquica. Em outubro de 1892, participou em Milão de uma série de experiências comprovando a autenticidade da parapsíquica Eusápia Paladino, médium de efeitos físicos. Richet também pesquisou sobre telepatia, clarividência e premonição.

A partir do Congresso de Utrecht, que ocorreu na Holanda, em 1953, a metapsíquica dá espaço à Parapsicologia. No Brasil, numerosos pesquisadores, entre eles Hernani Guimarães Andrade, Henrique Rodrigues, Márcia Tabone e Walter Rosa Borges ajudaram, com suas investigações, o desenvolvimento dessa ciência.

Em 1973, nos EUA, foram realizadas experiências com os sensitivos Ingo Swann e Harold Sherman, que exploraram pela clarividência viajora os planetas Júpiter e Mercúrio. Nessas experiências, Swann afirmou a presença dos anéis de Júpiter, fato confirmado somente em 1979, com a sonda Voyager.

Há uma proposta de pesquisa sobre Experiência da Quase Morte (EQM), envolvendo pesquisadores em salas de emergência dos EUA e da Europa. Nessa pesquisa, a ideia é colocar alguns objetos em pontos sem ângulo de visão para quem estiver em pé ou deitado na cama de ressuscitação. Neste caso, se a pessoa passar por uma EQM e estiver acima de seu corpo, próxima ao teto, como em vários relatos, espera-se que ela seja capaz de identificar esses objetos.

Um dos editores da revista New Scientist realizou uma pesquisa visando provar que a comunidade científica rechaçava a existência dos fenômenos parapsicológicos, o que trouxe algumas surpresas. Cerca de 75% dos pesquisados opinaram que esses fenômenos estavam comprovados ou em vias de comprovação. O que mais surpreendeu foi o fato de 40% dos pesquisadores declararem que além de aceitar, já tinham experimentado pessoalmente algum tipo de fenômeno parapsíquico.

Com o tempo e com novas pesquisas, o mais provável é que cresça nas pessoas o interesse em desenvolver seus potenciais parapsíquicos, deixando de depender de um intermediário, seja este qual for, e passando a ter experiências e vivências pessoais em prol do estudo científico do parapsiquismo.

REFERÊNCIAS

Conscienciopedia. Disponível em: http://pt.consciendopedia.org/

VIEIRA, Waldo. Projeciologia:

Panorama das Experiências da Consciência Fora do Corpo Humano. Rio de Janeiro. IIPC, 1

 

 

 

REVISTA SUPERINTERESSANTE

Atualizado em 31 out 2016, 18h47 – Publicado em 30 abril 2005, 22h00

Espionagem mental

Os Estados Unidos usaram clarividentes para tentar descobrir segredos dos seus inimigos. Mas os parapsicólogos dizem que não há como controlar a visão remota em laboratório.

Aline Rochedo

Talvez o filão mais rentável para os clarividentes seja a investigação policial. A americana Kathlyn Rhea leva o crédito pela solução de mais de uma centena de casos ao longo de três décadas. Um deles aconteceu na Califórnia com um homem chamado Russell Drummond. Ele estava acampando com a mulher, saiu para uma caminhada e não retornou. Mais de 300 policiais foram mobilizados no caso, mas seis meses se passaram e nada. Procurada pela mulher da vítima, Kathlyn descreveu o local, no meio da mata, onde dizia enxergar o cadáver de Russell. Com as pistas fornecidas pela clarividente, a polícia encontrou o corpo de Drummond, que havia morrido de ataque cardíaco. Apesar desse e de outros acertos, Kathlyn é vista por muitos como uma charlatã.

Mesmo quem realiza experimentos com a visão remota reconhece que, até o momento, os resultados não são satisfatórios. “Como os fenômenos parapsicológicos são, em quase sua totalidade, espontâneos, a sua repetibilidade em laboratório é de uma pobreza franciscana”, diz Valter da Rosa Borges, presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas. “Isso não quer dizer que os casos de clarividência espontânea devam ser rejeitados e, sim, que eles não apresentam a segurança que nos é dada pela pesquisa experimental”, acrescenta Borges, reforçando a explicação de Quevedo sobre a dificuldade de comprovar o fenômeno. Ainda assim, Borges destaca um caso célebre registrado como sendo de clarividência. Foi uma pesquisa experimental realizada nos anos 20 pelos professores franceses Charles Richet e Gustave Geley com o engenheiro polonês Stephan Ossowiecki. Em um dos testes, Ossowiecki precisava adivinhar o conteúdo de envelopes fechados. “Estou num zoológico, uma luta está acontecendo com um animal grande, um elefante. Ele não está na água? Vejo a sua tromba enquanto nada. Vejo sangue”, descreveu o polonês. “Bom, mas não é tudo”, observou Geley durante o experimento. “Espere, ele não está ferido na tromba?”, interrompeu Ossowiecki. “Muito bem, houve uma luta”, reconheceu o cientista. “Sim, com um crocodilo”, emendou o polonês. A frase dentro do envelope era: “Um elefante se banhando no Ganges foi atacado por um crocodilo, que mordeu a sua tromba”.

Em 1923, durante um congresso internacional de pesquisa psíquica, em Varsóvia, Ossowiecki adivinhou parte do conteúdo de uma nota embalada várias vezes em papéis coloridos e guardada num envelope lacrado. A nota trazia desenhos de uma bandeira e de uma garrafa. No canto, havia uma data: agosto, 22, 1923. O polonês conseguiu reproduzir a bandeira e a garrafa, mas escreveu a data desta forma: 19-2-23. Mesmo assim, Ossowiecki foi ovacionado.

Mas a polêmica em torno dessas adivinhações persiste e, até hoje, os parapsicólogos não chegaram a uma explicação sobre o seu mecanismo. “Enquanto a pesquisa sobre as relações mente-cérebro não alcançarem um patamar de maior clareza a respeito de experiências psíquicas e estados cerebrais, é temerário procurar uma explicação científica consistente para os fenômenos psi”, diz Borges (“fenômenos psi”, para quem não sabe, é como alguns estudiosos se referem aos fenômenos parapsicológicos). “Temos dados sugestivos, temos procedimentos metodológicos confiáveis, mas não dispomos de meios para operacionalizar, com segurança, essas experiências.”

No XXXIV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado em 3 de dezembro de 2016, na SBS Livraria Internacional, palestrei sobre Médiuns, Parapsicólogos e Cépticos.

Prefacio o livro “Projetos de Pesquisa em Parapsicologia”, de Carlos Alberto Tinoco.

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