1968

Convidado para participar das atividades culturais da TV Universitária Canal 11, da Universidade Federal de Pernambuco, criei o programa O Grande Júri, e que permaneceu na televisão até 1982.

 

Iniciava-se uma nova fase da minha vida, em paralelo com a minha atividade de Promotor de Justiça que era prioritária.

 

O Grande Júri estreou na sexta-feira de 20 de setembro de 1968, ainda na fase experimental da TV-U (cuja inauguração oficial aconteceu no dia 22 de novembro deste ano) e encerrou a sua trajetória no sábado de 27 de fevereiro de 1982.

O programa alcançou um prestígio tão alto que alguns dos debatedores me solicitavam declaração de sua participação nele para colocá-la nos seus currículos.

A essa época, a TV Universitária Canal 11 dispunha de uma equipe de alta competência profissional, constituída de jornalistas, artistas, produtores, realizadores e apresentadores como Mayerber de Carvalho, Rui Cabral, Jorge José de Santana, José Mário Austregésilo, Luiz Maranhão Filho, Wanda Phaelante, Renato Phaelante, Nivaldo Mulatinho Filho, Giovanni Mastroianni, José Maria Marques, Djalma Torres, Hugo Martins, Raimundo Carrero, Dolores Portela, Vera Hazin, Marcos Macena, Alena, Marilena Mendes, Tereza Cunha, Adelmo Cunha, Ziul Matos, Marina Azevedo, Etiene Rodrigues, Ivanise Palermo, Leni Amorim, Miguel Santos, Fernando Machado, Jaime Ubiratan, Fernando Monteiro, Carmem Peixoto, Walter Cartaxo, Oto Prado, Milton Baccarelli, Maria de Jesus Baccarelli, Leandro Filho e June Sarita. A equipe técnica, dirigida inicialmente pelo engenheiro Nédio Cavalcanti, era integrada por José Maria Cavalcanti, Joel Figueiredo, Augusto Cavalcanti Neto, Walter da Fonte, Jairo Bastos, Jobson Oliveira, Severino Paiva, Carlos Pereira, Mário Maranhão, Jéferson Araújo, Gerson Pereira da Silva, João Alves, Esmeraldino Bonfim, Erasmo Peixoto, Aluízio Ferreira, José Francisco Ferreira, Washington França, Roberto Calu, Ivan Soares, Guido de Souza, Wanda Lúcia. E tinha, como cenógrafos, José Teixeira e Luiz Benjamin.

Hugo Martins criou a sonoplastia de abertura do programa, extraída de um trecho do “Capricho Italiano”, de Tchaikovsky.

Durante o período de O Grande Júri, a TV-U foi dirigida por Manoel Caetano Queiroz de Andrade, José da Costa Porto, Sebastião de Holanda, Walter Moreira, Francisco Dário Mendes da Rocha, Édson Bandeira de Melo, Sadock Souto Maior e Humberto Vasconcelos.

 

Muitas personalidades da vida cultural e científica de Pernambuco participaram de O Grande Júri. Algumas, pela sua assiduidade aos debates, se tornaram eficientes colaboradores, sugerindo temas e indicando pessoas de destaque nas mais diversas áreas do conhecimento. Apesar dos meus esforços, não consegui resgatar o nome de todos os que participaram do programa. Em que pese essa lastimável omissão, recolhi, de meus apontamentos, a seguinte relação de participantes: Abdias Moura (sociólogo e escritor), Aderbal Pacheco (escritor), Adônis Carvalho (médico e professor universitário), Aécio Campello de Souza (engenheiro), Aluízio Bezerra Coutinho (biólogo e professor universitário), Aluízio Xavier (juiz de direito e professor universitário), Alfredo Oliveira (teatrólogo), Amaro Quintas (historiador), Amaury Coutinho (médico), Antônio Brito Alves (advogado e professor universitário), Antônio Rafael de Menezes (educador), Armando Samico (professor universitário e Secretário de Segurança Pública na época), Armando Souto Maior (historiador), Arthur Lima Cavalcanti (arquiteto), Atílio Dall’Olio (físico nuclear e professor universitário), Áureo Bispo dos Santos (teólogo), Basílio Penido (Dom), Berguedoff Elliott (advogado), Bernadete Pedrosa (advogada e professora universitária), Carlo Borghi (físico), Dias da Silva (psicólogo), Djair Brindeiro (médico), Djalma Vasconcelos (médico), Edijece Martins Pereira (teólogo, filósofo, sociólogo e professor universitário), Enoch Burgos (escritor), Everardo da Cunha Luna (advogado e professor universitário), Fernando Jorge Simão dos Santos Figueira (médico e professor universitário), Fernando Monteiro (escritor), Fernando Pio dos Santos (escritor), Fernando Spencer (cineasta), Fídias Teles de Carvalho (sociólogo), Francisco Brennand (pintor e escultor), Frederico Pernambucano de Melo (pesquisador social), Galdino Loreto (médico), Geninha da Rosa Borges (atriz), Geraldo Arruda (biólogo e professor universitário), Geraldo da Costa Barros Muniz (paleontologista),Geraldo Fonseca Lima (médico), Geraldo Leite (psicólogo e professor universitário), Geraldo Mariz (botânico e professor universitário), Geraldo Marques Fernandes (médico), Gustavo Trindade Henriques (médico), Hermilo Borba Filho (teatrólogo), Heraldo Souto Maior (sociólogo), H. N. Banerjee (parapsicólogo hindu), Isnard Moura (jornalista), Ivo Cyro Caruso (engenheiro), Ivo Dantas (advogado e professor universitário), Jaime Menezes (advogado), Jaime Queiroz (médico), Jamesson Ângelo Ferreira Lima (médico), J.E. Martins Terra, S.J.(teólogo), João Dias (teólogo), João Vasconcelos Sobrinho (ecologista), José Lourenço de Lima (professor universitário), José Luiz Mota Menezes (arquiteto e professor universitário), José de Moura Rocha (advogado e professor universitário), José Paulo Cavalcanti (advogado), José Pessoa de Moraes (sociólogo e professor universitário), José Rafael de Menezes (escritor e professor universitário), Ladislau Porto (médico), Lamartine de Holanda Júnior (médico), Luiz Gonzaga Gomes Lyra (geólogo e professor universitário), Luiz Siqueira Carneiro (médico e professor universitário), Manuel Correia de Andrade (historiador e professor universitário), Maria Auxiliadora Moura (psicóloga e professora universitária), Maria do Carmo Tavares de Miranda (filósofa), Maria do Carmo Tinoco Brandão (antropóloga), Mário Pessoa (advogado e professor universitário), Mário Souto Maior (pesquisador social), Martiniano Fernandes (médico), Maurílio Ferreira Lima (político), Medeiros de Albuquerque (jornalista), Murilo Nunes de Azevedo (teósofo, de São Paulo). Nédio Cavalcanti de Lima (engenheiro e, na época, Diretor Técnico da TV-U), Nelson Saldanha (escritor e professor universitário), Nelson Souto (promotor de justiça), Nércio Rodrigues (padre), Ney Prieto Peres (engenheiro), Nicolino Limongi (médico e escritor), Nilzardo Carneiro Leão (advogado e professor universitário), Nivaldo Mulatinho Filho (juiz de direito), Nythamar de Oliveira (advogado), Olímpio Bonald (escritor), Orlando Neves (juiz de direito e professor universitário), Orlando Parahym (médico e escritor), Oscar G. Quevedo (parapsicólogo), Osvaldo Santos de Melo (advogado, economista, psicólogo e sociólogo), Othon Bastos Filho (médico), Oscar Quevedo S.J.(parapsicólogo), Ozias Burgos (Promotor de Justiça), Paulo Rosas (psicólogo e professor universitário), Percivo Cunha (médico), Petrúcio Ferreira da Silva (juiz federal), Potiguar Matos (jornalista e professor universitário), Reinaldo Oliveira (médico), Renato Carneiro Campos (escritor), Rinaldo Azevedo (médico), Roberto Oliveira de Aguiar (antropólogo), Roberto Motta (antropólogo), Romeu Peréa (padre), Romualdo Marques (advogado e professor universitário), Ronaldo Tavares Souto Maior (advogado), Rorinildo Rocha Leão (promotor de justiça e professor universitário), Rossini Lira (promotor de justiça), Rubem Franca (médico), Ruy dos Santos Pereira (médico e professor universitário), Salustiano Lins (médico), Sebastião Vilanova (sociólogo), Tomé Dias Sobrinho (médico), Vamireh Chacon (escritor), Vanildo Campos Bezerra Cavalcante (promotor de justiça e historiador), Vamberto Morais (diretor da sessão brasileira da BBC, de Londres), Waldemar de Oliveira (médico e escritor), Waldemar Valente (antropólogo) e Waldemir Soares Miranda (médico e escritor).

 

Para ficar mais próximo do Palácio da Justiça, mudei-me para um apartamento na rua do Giriquiti, no bairro da Boa Vista

 

A morte do meu filho Ulisses ocorreu subitamente quando ele tinha quatro anos de idade no dia 19 de novembro. Na tarde de seu falecimento, ao sair do apartamento para me dirigir à Procuradoria Geral da Justiça, passei por uma alucinação auditiva. Uma voz me disse, por duas vezes, que meu filho iria morrer naquela tarde. Atordoado pela experiência, fui trabalhar, porque, nessa época, eu era Promotor de Justiça. Mais ou menos às 16,30 horas, recebi um telefonema de minha esposa, aflita, dizendo-me que Ulisses estava muito mal. Peguei um táxi e cheguei rapidamente ao apartamento onde meu filho estava agonizante. Levei-o com minha esposa ao hospital mais próximo, onde ele veio a falecer, vitimado por edema pulmonar agudo, talvez resultante do sarampo que tivera semanas antes.

Minha esposa me contou depois que, antes da morte de Ulisses, aconteceram batidas violentas em várias partes do apartamento, o que a deixou apavorada, principalmente quando uma porta que estava aberta foi fechada com violência.

Movido pelo sofrimento, retornei às minhas atividades espíritas.

Rolar para cima