1975

A partir deste ano, a minha atividade como parapsicólogo atraiu a atenção da imprensa, com reportagens e entrevistas, como acontece até o dia de hoje, sendo procurado para entrevistas, debates e opiniões sobre os mais variados assuntos, principalmente a Parapsicologia, nos jornais, emissoras de rádio e televisão, nos programas dos comunicadores Enéas Álvares, Geraldo Freire, Rui Cabral, Graça Araújo, José Pimentel, entre outros. E da mídia de outros Estados.

 

A primeira pesquisa pública que realizei foi o caso de um fantasma que apareceu na Faculdade de Direito e sentou-se ao lado do professor Rosa e Silva, sendo visto por todos os alunos presentes. Em seguida, saiu da sala e desapareceu.

O assunto despertou o interesse dos jornais locais – Jornal do Commercio (10, 11, 14 e 17 de janeiro), Diário da Noite (10 e 14 de janeiro) e Diário de Pernambuco (17 de janeiro) em virtude de depoimentos fantasiosos, principalmente de funcionários daquela Faculdade.

Entrevistado pelo JORNAL DO COMMERCIO, 15 de janeiro, esclareci que o “fantasma” era possivelmente um psicopata, como depois ficou confirmado.

Berguedoff Elliot, no seu livro “O Homem e a Circunstância”, publicado neste ano,  fez o seguinte comentário sobre a sua participação em “O Grande Júri”:

 

A despeito dos episódios anteriormente mencionados, passei a ser convidado, insistentemente, pelo meu colega Valter Rosa Borges para participar de programas de debates, sob a designação de O Grande Júri, na TV Universitária.

Assim é que fiz parte dos júris em que foram discutidos os mais variados temas como sejam: emancipação da mulher, concubinato, o tabu da virgindade, divórcio, abandono da família, controle da natalidade, eutanásia, amor grupal, cremação e vários outros de que não me lembro.

Em todos eles, me foi garantida absoluta liberdade de expressão, sem qualquer restrição. No debate de temas altamente polêmicos, to­mei, quase sempre, posição contrária aos preconceitos e às convenções sociais predominantes. Nenhuma advertência me foi feita no sentido de reduzir a veemência com que tratei aqueles assuntos ou de modificar a orientação adotada. É claro que sempre tive o necessário senso de responsabilidade para não criar problemas à Estação, que gentilmente colocava o seu microfone e as suas câmeras à minha disposição.

Nessa oportunidade, pude verificar o alto poder comunicativo da televisão. Passei a receber na rua os cumprimentos de pessoas que nun­ca tiveram comigo qualquer aproximação, mas apresentavam nos semblantes uma expressão cordial de quem me havia recebido na intimidade de seus lares. Muitos tomavam a liberdade de externar as suas opiniões, algumas contrárias ao meu ponto de vista.

 

Realizei as primeiras experiências de transcomunicação instrumental em uma das salas do Centro Espírita Caminhando para Jesus. Contei com a participação de Aécio Campello de Souza, João Alves de Andrade e José Aurélio Farias. Os resultados obtidos foram insatisfatórios e as experiências duraram apenas alguns meses.

 

Conheci, no Centro Espírita Caminhando para Jesus, o médium umbandista Manoel Rabelo Pereira, mais conhecido por “Pai Eli” e que se tornou “Imperador do Candomblé do Brasil”.

De logo, fizemos uma sólida amizade que perdura até hoje.

“Eli” foi o primeiro agente psi pesquisado pelo I.P.P.P. e por mim orientado em relação a sua paranormalidade. Na época, ele já havia fundado, em 1974, a sua própria instituição, o “Lar de Ita”, no bairro de Vasco da Gama, no Recife, atualmente um dos maiores, senão o maior, dos terreiros de Umbanda no Brasil. Sempre solícito e de mente aberta, “Eli” jamais criou qualquer obstáculo para a investigação de suas atividades paranormais assim como a de seus médiuns. Infelizmente, há alguns anos atrás, ele foi vitimado pelo Alzheimer.

De janeiro a fevereiro, criei os Seminários Permanentes de Parapsicologia, que aconteciam no último sábado de cada mês, no auditório do Centro de Saúde Lessa de Andrade.

A grande cheia que assolou, quase em sua totalidade, a cidade do Recife, alcançou o Centro Espírita Caminhando para Jesus, fundado por Aníbal Ribeiro, e destruiu toda a documentação do IPPP, o que contribuiu para que, no ano seguinte, alugássemos as salas 46/47 do Edifício Concórdia, na rua da Concórdia, 372, bairro de São José, onde ali permaneceu até o ano de 1991. Foi nessa sede que a primeira geração de parapsicólogos pernambucanos iniciou uma árdua luta para a consolidação do IPPP que, ainda hoje, é a única instituição de Parapsicologia no Nordeste. Aos fundadores se juntaram os primeiros sócios efetivos, entre eles Clóvis Cabral de Souza e sua esposa Ivanice Cabral (1974) Avelino Fernandes Vieira, João Alves de Andrade e Edson Duarte de Souza (1975), Fídias Teles de Carvalho, Maria José Pontes, Selma da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso (1976), Geraldo Fonseca Lima (1977), Aderbal Pacheco e Aurora Christina Dornellas Câmara (1981), Maria do Carmo Guedes Andrade e Célia Regina Carvalho de Medeiros (1982), Ronaldo Dantas Lins Filgueira e José Renato Barros Silva (1983), Jalmir Freire Brelaz de Castro, Maury Ribeiro da Silva, Maurício Tavares Jácome e sua esposa Antônia Santos Jácome (1985), Luiz Carlos Oliveira Diniz (1987), Júlia Soares da Silva, Luiz César Leite, (1986) Márcia da Rosa Borges, Terezinha Acioli Lins de Lima, Erivam Félix Vieira, Guaracy Lyra da Fonseca e Rosa Bezerra da Silva (1989) e Maria da Salete Rêgo Barros Melo (1990).

Rolar para cima