1963

As reuniões mediúnicas foram transferidas para a Rua Conselheiro Portela, no Espinheiro, e nesta ocasião Pessoa de Moraes e sua esposa Mary entraram para o grupo.

 

Pessoa de Moraes descreve essas experiências no aludido livro:

Outras reuniões foram feitas numa casa do Espinheiro pertencente a Aníbal, até que um dia, de repente, todo grupo — eu e entre outros Valter da Rosa Borges, atual crítico literário e Promotor Público, assessorando, hoje, a Procuradoria Geral do Estado de Pernambuco e minha esposa — Mary — ouvimos, todos um barulho enorme e diferente: uma série de ruídos por toda a sala parecendo, ao mesmo tempo, que dezenas de pedras eram jogadas no telhado. Aníbal dormia, profundamente, em transe mediúnico, numa parte da sala separada por uma cortina. O grupo ouvia música e, em outras reuniões ouvimos todos, perto de nós, um ruído como se fosse de uma tabica passando nos móveis de estantes de livros que existiam no local.

Os fenômenos, com o tempo, se repetiam ou se ampliavam: batidas, atmosferas estranhas; intensos calafrios; sensação de frio ou ventania nas mãos ou no corpo; puxamento do atoalhado da mesa, abaixo de nossas mãos. Este último fenômeno exigiu que todos colocássemos as mãos em cima das outras para evitar suspeitas, já que, assim, não restaria nenhuma mão livre, materialmente, para produzir o efeito. Para nossa surpresa o fenômeno continuou ocorrendo. E mais: fortes batidas se produziram imediatamente junto de nós.

O mais importante, porém, começa agora: as reuniões com Aníbal foram interrompidas por motivos de força maior. Como a minha curiosidade já tinha sido bastante aguçada em relação a esses fenômenos, resolvi fazer novas experiências. Minha esposa havia revelado, desde as primeiras reuniões em que tomou parte, tendências chamadas mediúnicas.

 

Residência provisória na casa de praia de meu irmão João, em Piedade.

Como não tinha vocação para advogado, resolvi fazer concurso para o cargo de promotor público do Ministério Público de Pernambuco, que fora aberto no início de 1963. Aprovado, com nota 8 na prova escrita e nota 9 na prova oral, fui nomeado para o cargo de Promotor Público da comarca de Petrolândia, onde tomei posse no dia 17 deste mês, através do Ato 3135, assinado pelo Governador Paulo Guerra.

Quando voltei da minha primeira viagem à comarca de Petrolândia, Selma me informou que estava grávida, o que foi uma surpresa para nós dois, porque evitávamos o nascimento de mais um descendente. Então me lembrei da advertência do “Espírito” Luiz de que, quando eu me realizasse profissionalmente, ele exigiria a reencarnação de um dos componentes do grupo espiritual. A partir daí, ele desapareceu e, em seu lugar, Reuter assumiu o comando da minha mediunidade. Sempre que o indagávamos sobre Luiz, informava que este se encontrava em uma nova missão no mundo espiritual.

 

Aluguei um apartamento na Rua Olívia Menelau no bairro da Imbiribeira.

Em 7 de agosto de 1963, fui removido para a comarca de Correntes, da Segunda   Entrância.

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