2003

No XXI SIMPÓSIO PERNAMBUCANO DE PARAPSICOLOGIA. 29 de novembro de 2003, em comemoração aos 30 anos de fundação do IPPP, foi realizada uma avaliação crítica das atividades da instituição, com comentários e debates dos associados: Valter da Rosa Borges, Ronaldo Dantas Lins, Jalmir Freire Brelaz de Castro, Erivam Félix Vieira, Guaracy Lyra da Fonseca, Terezinha Acioli Lins de Lima, Silvino Alves da Silva Neto e Maria da Salete Rego Barros Melo.

Lançamento, em 26 de julho, do meu livro “Meditações do Entardecer” e da exposição de pintura “Em Busca da Arte”, de Selma Rosa Borges, por ocasião da inauguração do “Espaço Cultural IPPP, na nova sede do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas”, na Avenida do Forte, 444, no bairro do Cordeiro.

Compareceram ao evento minha esposa Selma, Geninha da Rosa, José Aurélio Farias, Walmar, entre outros.

Relançamento, em 31 de outubro, do livro “Meditações do Entardecer” e da exposição de pintura “Em Busca da Arte”, de minha esposa Selma Rosa Borges, por ocasião do “happy hour”, na sede da Associação do Ministério Público de Pernambuco, na Rua Benfica, 810, no bairro da Madalena.

 

Saudação aos novos membros da Academia Pernambucana de Ciência na ocasião de sua posse, em 2003,  no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIEP)
Uma Reflexão sobre a Ciência. Publicado no meu livro CAMINHOS DO TEMPO – 2017

 

UMA REFLEXÃO SOBRE A CIÊNCIA

Já quase a completar 25 anos de existência, a Academia Pernambucana de Ciências, fundada em 8 de janeiro de 1978, renova a sua vitalidade sempre que acolhe novos acadêmicos em seus quadros. Por isso, toda solenidade de posse se reveste de um significado especial, como um simbolismo do processo renovador da natureza. Pela circunstância de eu ser o fundador da instituição, o Presidente Dr. Waldecy Pinto, mais uma vez, me incumbiu de saudar os novos acadêmicos, expressando a honra e a alegria de tê-los como companheiros. E, com o propósito de fugir à rotina das saudações convencionais, entendi mais pertinente fazer uma breve reflexão sobre o extraordinário desenvolvimento da ciência, notadamente no século passado, e suas consequências para o destino da humanidade.

A ciência, constituída, a rigor, no século XVII, é um sistema de conhecimento que se fundamenta em hipóteses experimentais de conformidade com um modelo operacional denominado de método científico. Por trabalhar com hipóteses e não com verdades, o conhecimento científico se caracteriza por sua extrema vulnerabilidade, apesar sua eficácia e operacionalidade, quando convertido nas mais diversas modalidades tecnológicas. Ela se fundamenta na experimentação como teste permanente às suas hipóteses, corroborando-as ou invalidando-as.

A ciência pressupõe que a realidade é, no seu todo ou em parte, cognoscível pela mente humana. E que a realidade é uma ordem, embora se apresente, em várias ocasiões, com manifestações aleatórias.

Mário Bunge afirmava que “a pesquisa científica está permeada de um certo número de ideias filosóficas”. Aliás, a hipótese científica é uma espécie de crença que, diferentemente da crença religiosa, é suscetível de comprovação experimental. Assim, em alguns casos, postulações filosóficas podem ser objeto da investigação científica.

Paul Davies vai mais além, sustentando que “a física moderna apresenta um forte sabor místico”. E Fritjof Capra apontou significativas convergências entre a física e o misticismo oriental.

A busca de algo indestrutível não é apenas uma postulação de natureza religiosa. Lavoisier já asseverava que, na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. No século XIX, James Prescott Joule ampliou esse entendimento, teorizando o princípio da conservação da energia. E no século XX, na década de 70, foi obtida a unificação da força eletromagnética com a força fraca, formando uma só força – a força eletrofraca.

A ciência, de certo modo, é uma atividade de dessacralização do mundo. Em alguns casos, as descobertas científicas entram em conflito com as postulações esotéricas, religiosas e filosóficas. É falsa, por exemplo, a analogia do microcosmo com o macrocosmo. O que está embaixo não é como o que está em cima, como ensina o ocultismo. Para os filósofos gregos, o círculo e esfera eram símbolos de perfeição, o que resultou na concepção de que os corpos celestes descrevem movimentos circulares e uniformes. Kepler, com o movimento em elipse dos corpos celestes, derrubou a concepção da circularidade que gerou a crença no eterno retorno, no tempo cíclico. O aparecimento de uma nova estrela, de 1572 a 1574, pôs em cheque a concepção da imutabilidade do céu.

Dionísio, o Areopagita (Século I d. C.) ensinava que os corpos celestes eram movidos por anjos segundo a sua hierarquia. João Filoponos (Século VI d.C.) negou os motores angélicos, substituindo-os pela hipótese do impetus. Refutando Aristóteles, assegurou que o impetus dispensava o continuum da matéria para a transmissão de ações físicas.

Newton substituiu os motores angélicos pelo princípio da gravitação universal, tornando-se o fundador da mecânica clássica. Mas, arraigado em seu misticismo, ele asseverou que Deus permanece no controle de sua imensa máquina – o universo – nela interferindo quando necessário.

O século XX se caracterizou pelo surgimento de ousadas teorias científicas e pelo desenvolvimento explosivo da tecnologia. Para uma breve reflexão, faremos referência as que podem ser tidas como as mais importantes.

A primeira revolução do século começa com a teoria da relatividade geral de Einstein (1906-1916) que invalidou o paradigma newtoniano do tempo e do espaço absolutos. Ele demonstrou que a gravidade não é uma força, mas a resultante da curvatura do espaço-tempo. O arqueamento do espaço-tempo e da luz causado, respectivamente, pela massa do sol e pelos campos gravitacionais evidenciou que a gravidade não é mais uma força, mas resultado da geometria.

A outra revolução, a da mecânica quântica, na década de 20, invalidou o princípio da causalidade, apresentando o universo microcósmico regido pelo princípio da incerteza, formulado por Heisenberg. Heisenberg estabeleceu as relações de indeterminismo e formulou o princípio de incerteza, o qual jamais foi aceito por Einstein, sob a alegação de que Deus não joga dados. Mesmo em nível macrocósmico, o filósofo Hume já havia asseverado que a causalidade é um hábito.

A realidade quântica é probabilística e se comporta segundo o modo de observação do observador. Por isso se afirma que, no nível subatômico, a realidade não é observada, mas criada pela imaginação dos físicos.

Nas relações entre a física clássica ou newtoniana e a física quântica o determinismo e livre-arbítrio, diferentemente da filosofia, não se excluem, porque se situam em domínios diferentes. O determinismo é inerente ao universo macrocósmico e o livre arbítrio, representado pelo comportamento aleatório das partículas, é característica essencial do universo microcósmico.

A ambiguidade onda/partícula fere o princípio da não-contradição.

  1. Oparin apresentou uma hipótese sobre a origem da vida, afirmando que foi o metano e não o bióxido de carbono o elo primeiro com que se forjaram as cadeias de moléculas orgânicas.

Na década de trinta, Alan Mathison Turing inventou uma máquina, denominada máquina de Turing, que possibilita o estudo da computabilidade, decompondo um problema numa sequência de problemas elementares bastante simples.

No campo da matemática, Kurt Gödel, em 1931, demonstrou que, mesmo num sistema de axiomas puramente abstrato, como o de Euclides, é possível formular teoremas cuja verdade ou falsidade não se pode demonstrar. Comprovou que sempre haverá teoremas matemáticos cuja demonstração é impossível através da lógica. Essa descoberta ensejou a invenção de sistemas lógicos não-aristotélicos, baseados no dualismo verdade-falsidade, possibilitando o surgimento do “sistema lógico trivalente”, no qual uma afirmação pode ser verdadeira, falsa ou meramente possível. Segundo Gödel, qualquer sistema lógico é incapaz de demonstrar sua própria consistência lógica.

Na astronomia, a teoria cosmogônica que causou maior impacto foi a do big-bang, mediante a qual o universo, então em um estado infinitamente contraído denominado de singularidade, expandiu-se numa grande explosão. Essa teoria guarda significativa analogia com a cosmogonia religiosa da Índia do “ovo primordial” e do Dia e Noite de Brahma. Em 1934, Georges Lemaître já apresentara sua hipótese cosmogônica da explosão do super átomo ou “átomo primordial”.

Em virtude disso, reacendeu a velha proposição de Agostinho que, repetindo Platão, afirmou que o mundo não foi criado no tempo, mas com o tempo. O mundo não existia antes do tempo e nem tempo houve antes da criação. Hoje, os mais renomados cientistas esposam essa mesma ideia, reconhecendo que o tempo começou com o big-bang. Anos mais tarde, em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson captaram uma irradiação isótropa, isto é, uma radiação vinda de todas as partes do universo, parecendo tratar-se do resíduo da explosão inicial.

O computador, na década de 40, iniciou a era da informática, aproximando pessoas, mas intensificando os choques culturais, ensejando fantasias sobre a inteligência artificial e o futuro predomínio da máquina sobre o ser humano, não mais como suas próteses ou extensões e, sim, como seu sucedâneo. E enseja o aparecimento de um novo tipo de realidade – a realidade virtual. Com o advento da informática nasceu uma nova forma de experimentação – a simulação que é, na verdade, a virtualização da experiência. Aliás, Galileu já houvera realizado experiências imaginárias como alternativa à experimentação real.

Inicia-se a época dos antibióticos.

Em 1944, Schroedinger ousadamente afirmou que a vida pode ser explicada por um “código genético”, inscrito nas moléculas no interior de uma célula, insurgindo-se contra a persistente teoria do vitalismo.

Ossip K. Flechteim, em 1945, criou a palavra futurologia, significando o estudo sistemático e crítico dos problemas do futuro dentro de uma abordagem interdisciplinar. O seu objetivo era pesquisar as consequências da revolução científica e tecnológica, assim como prever e propor modelos e alternativas (futuríveis) para uma escolha, a qual seria necessariamente de natureza política. Na verdade, a ciência não quer dominar apenas o espaço, mas também o tempo, especificamente o futuro, porque prever é controlar. Se a precognição em alguns casos é possível, como vem constatando a investigação parapsicológica, por que não submeter a investigação do futuro ao controle tecnológico, prevenindo acontecimentos naturais, como vulcões, furacões, terremotos, condições atmosféricas, assim como fatos políticos, sociais e econômicos?

Em 1948, o físico Dennis Gabor apresentou a teoria holográfica, argumentando que não apenas as partes estão contidas no todo, mas que o todo está contido nas partes. A sua teoria só foi confirmada no início da década de 60 com o surgimento do laser, que possibilitou a fotografia em três dimensões – o holograma. Observou-se que, cortando-se um holograma ao meio, a unidade da imagem é reconstituída em cada pedaço. Essa descoberta confirmou o princípio defendido pelo hermetismo de que tudo está em tudo.

Karl Pribam, com base na teoria holográfica, definiu o cérebro como um holograma, afirmando que cada neurônio contém informações sobre o cérebro como um todo. Ousadamente, asseverou que o próprio universo é um holograma e, portanto, uma grande ilusão, o que lembra a concepção do maya da filosofia indiana.

Na década de 50, floresceu um novo ramo da Matemática, a Topologia, que estuda as propriedades que permanecem inalteradas quando as formas se modificam em decorrência de dilatações, torções ou compressões.

James Gleyck definiu, elegantemente, a Topologia como “a geometria com formas de borracha”.

  1. G. Urey demonstrou que a atmosfera primitiva da Terra deveria ter sido construída de metano, amoníaco, vapor d’água e hidrogênio livre. Juntamente com Miller obtém a síntese dos aminoácidos por descarga elétrica em condições que reproduzem a atmosfera primitiva da Terra.

Aparecimento da teoria da informação, também chamada de teoria da comunicação ou ainda de teoria da informação e da comunicação como uma teoria estatística e matemática, decorrente da pesquisa de Claude Ellwood Shannon e Warren Weaver nas áreas de telegrafia e telefonia. Estuda as mensagens emitidas por seres vivos ou mecânicos.

No campo da biologia, o grande acontecimento ocorreu em 1953, quando James Deway Watson e Francis Harry Compton Crick propuseram um engenhoso modelo para estrutura do ADN, o que resultou no nascimento da genética molecular.

Geoffrey Chew, na década de 60, propôs a teoria do bootstrap (cadarço de botas), segundo a qual a matéria não é constituída de elementos fundamentais, mas que o universo consiste numa “teia de eventos inter-relacionados”, sendo sua estrutura formada pela coerência total de todas as suas inter-relações.

Lyn Margulis, em 1967, formulou a teoria simbiótica da evolução celular, onde argumenta que a cooperação desenvolveu um papel muito mais importante do que a competição. Segundo ela, a vida evoluiu porque, há mais de meio bilhão de anos, grupos de bactérias se uniram em relações simbióticas para formar organismos mais complexos. Essa ideia teve seu corresponde no campo da sociologia, quando Bronislaw Malinowski sustentou que a essência da vida social é a cooperação.

A ideia do evolucionismo começou com Erasmo Darwin, que propôs uma hipótese de evolução semelhante a de Lamarck, porém acrescida da noção de que os organismos evoluíam em razão da competição entre si na busca dos meios de subsistência ou pela conquista das fêmeas de sua espécie. Ele acreditava no progresso (progresso e evolução como sinônimos) como os primitivos teoristas do laissez-faire – Adam Smith (1776) no campo da economia e Jeremias Bentham (1789) em filosofia moral. Roberto Malthus (1798), no entanto, utilizou a ideia da competição entre os indivíduos para provar a impossibilidade do progresso. A ideia de Malthus forneceu a Charles Darwin as bases do seu mecanismo de evolução biológica, asseverando que os organismos entram em competição pela disputa de restritos suprimentos alimentares e aqueles que apresentam variações favoráveis sobrevivem e reproduzem as suas qualidades. Herbert Spencer estendeu à sociedade humana a teoria da seleção natural, afirmando que a sobrevivência do mais apto não era apenas um mecanismo da evolução orgânica, mas o modo de progresso da humanidade.

Lynn Margulis demonstrou assim que a evolução não é apenas produto da competição, onde prevalece a sobrevivência do mais apto, mas também resulta da colaboração entre os indivíduos.

A era da globalização, preconizada por Marshall McLuhan com o nome de “aldeia global” coincide significativamente com as tentativas de unificação das hipóteses científicas, reunidas sob a sigla de teorias do tudo. Anteriormente, em 1850, James Clerck Maxwell já havia realizado a unificação do magnetismo e da eletricidade em um só campo – o campo eletromagnético. Acirra-se o debate sobre compreensão da realidade pelo reducionismo ou pelo holismo.

Alvin Toffler cunhou a expressão “choque do futuro” para descrever a esmagadora tensão e desorientação experimentada pelas pessoas, submetidas a uma carga de mudanças excessivas dentro de um tempo demasiadamente curto.

Em 1972, René Thom apresentou a sua teoria das catástrofes, ramo da matemática que trata de certos modos de mudança descontínua chamados catástrofes.

Stephen Hawking sugeriu a existência dos “buracos negros”. E, em 1973, foi descoberto o primeiro “buraco negro”, denominado de Cygnus X-1, ensejando audaciosas especulações sobre a existência de mundos paralelos.

Em 1975, Benoit Mandelbrot inventou uma nova Geometria, a Fractal, que consiste na réplica de um ser em escalas cada vez menores de si mesmo. Segundo Mandelbrot, a geometria dos fractais está mais próxima das formas da natureza do que das figuras da geometria euclidiana.

Conforme observa James Gleyck, a palavra fractal “passou a representar uma maneira de descrever, calcular e pensar sobre formas irregulares e fragmentadas, recortadas e contínuas – formas que vão das curvas cristalinas dos flocos de neve até as poeiras descontínuas das galáxias”.

Essa revolução contra formalismo convencional começara em 1907 com o Cubismo de Pablo Picasso e Georges Braques, entre outros, rompendo com as formas clássicas e contestando a visão do mundo, fornecida pelos sentidos.

Edward O. Wilson fundou, em 1975, uma nova ciência – a Sociobiologia -, a qual visa estudar a base biológica do comportamento social, explicando valores morais, religiosos e políticos em função de princípios biológicos e não socioculturais.

Richard Dawkins, em 1976, admitiu que os genes podem ser as mais antigas entidades auto reprodutoras ou replicantes do planeta. E postulou a existência de um novo replicante emergindo na Terra – as ideias -, cujas unidades ele denominou de memes em substituição aos genes para explicação da evolução cultural.

Na Inglaterra, em 1978, o nascimento do primeiro “bebê de proveta”, a menina Louise Brown, representou o primeiro grande passo para a geração de seres humanos fora do procedimento biológico convencional.

Em 1979, James Lovelock, juntamente com Lynn Margulis, concebeu a Terra como um organismo vivo, dando à sua hipótese o nome de Gaia. Arthur Eddington, em oposição ao mecanicismo cosmológico advertiu que o universo se assemelhava mais a uma grande mente do que a uma grande máquina.

Na década de 80, Rupert Sheldrake propôs a existência de uma espécie de memória inerente em cada espécie, a qual denominou de campos morfogenéticos, responsáveis pelo fenômeno da vida e de outros da natureza. Esses campos são comparáveis a outros campos da Física, como o magnético e o gravitacional, possuindo um caráter não local e capazes de agir fora do tempo e do espaço.

Segundo Sheldrake, à medida que o tempo passa, cada tipo de organismo forma um gênero específico de memória coletiva cumulativa, concepção essa que, de certo modo, muito se assemelha a ideia do inconsciente coletivo de Jung.

David Bohm ao teorizar a existência de uma ordem implícita ou implicada e uma ordem explícita ou desenrolada guarda semelhança com a ontologia de Parmênides e o mundo das ideias de Platão.

Ilya Prigogine postula a existência de um princípio de auto-organização nos organismos vivos, mediante o qual, embora interajam com o meio ambiente continuamente, são relativamente autônomos. Ou seja: essa interação com o meio ambiente não é a causa da sua organização como sistema. Eles, na verdade, se auto organizam.

As estruturas dissipadoras são os sistemas abertos. Quanto mais complexa é uma estrutura química ou humana, maior quantidade de energia terá que despender para manter todas as conexões envolvidas.

A teoria das supercordas teoriza a existência de dez dimensões espaciotemporais.

Finalmente, a década de 90 caracterizou-se pela explosão da Internet, da engenharia genética e das pesquisas sobre a consciência, ensejando o aparecimento das ciências cognitivas. Na tentativa de explorar o cérebro humano, os cientistas estão tentando mostrar que neurônios individuais são capazes de desenvolver-se sobre chips de silício. Em 1996, Richard Potomber, da John Hopkins University, conseguiu induzir os neurônios de ratos bebê a crescer numa superfície de silício, pintada com certos peptídeos. É o sonho da fusão da mente com a máquina. O Projeto Genoma Humano, a clonagem da ovelha “Dolly” e a tentativa de clonagem de órgãos humanos para a prevenção de doenças genéticas, a abolição dos transplantes, aumentando a longevidade do homem e a preservação de sua saúde importam na reengenharia do corpo humano ocasionam o envelhecimento das populações, afetando o mercado de trabalho e a previdência social.

A conquista do microcosmo começou com a invenção do microscópio no século XVIII, culminando com o advento da nanotecnologia. Recentemente, a nanotecnologia iniciou a fabricação de motores infinitesimais ou máquinas moleculares, que podem melhorar os atuais processos de manufatura e a medicina. Weihong Tan, professor de química da Universidade da Flórida, que construiu um “nanomotor” com uma única molécula de DNA, informa que este dispositivo é tão pequeno que centenas de milhares caberiam na cabeça de um alfinete.

A conquista do macrocosmo que se iniciou com a modesta luneta, expandiu o conhecimento do universo com o telescópio Hubble, as estações orbitais, as sondas e as viagens espaciais, culminando, em 1969, com a chegada da Apolo XI à Lua e com a caminhada histórica de Neil Armstrong em solo alienígena.

A conquista da interioridade humana, com os raios x, a tomografia computadorizada, a cintilografia, as endoscopias, a colonoscopia, a ressonância magnética, investigando a intimidade orgânica e procurando encontrar no mapeamento cerebral a resposta para o mistério da consciência.

Os exageros do intervencionismo predatório do homem, consumindo os limitados recursos do planeta vem sofrendo o combate sistemático e, por vezes radical, do movimento ambientalista. O crescimento incontrolável das megalópoles e a escalada das mais variadas formas de poluição ambiental, produzem um gradativo divórcio do homem e da natureza, ensejando a favelização das comunidades carentes e o aumento dos índices de violência difusa e da criminalidade.

O que está o homem contemporâneo, principalmente dos países do primeiro mundo, fazendo de si mesmo, do seu potencial econômico, científico e tecnológico? Estará brincando de Deus, comendo o fruto do conhecimento proibido, abrindo irresponsavelmente a caixa de Pandora? Até onde pretende ir, hipnotizado pelo poderio bélico e cognitivo, sem conhecer limites ou saber limitar-se para o bem de si mesmo?  Até onde o homem pode e até onde deve fazer tudo o que pode? Há uma nova moral emergente e a necessidade de uma reconceituação do que é lícito e ilícito? É a ciência uma atividade cognitiva destituída de conteúdo ético? E o que é pior, é lícito ao cientista estar a serviço dos interesses empresariais e militares, mesmo que isso importe na degradação da natureza e da própria dignidade humana? É a ciência uma bênção ou uma maldição?

Em face de tudo isso, torna-se relevante o papel de uma instituição científica, no caso a Academia Pernambucana de Ciências, como cadinho dos avanços científicos e das conquistas tecnológicas, discutindo e avaliando as suas consequências para o destino da humanidade. E quanto maior for o número de cientistas das mais diversas especialidades, engajados em um mesmo propósito, maior será a consciência de cada um quanto ao seu compromisso com a sociedade e com a própria dignidade como pessoa humana. Platão já dissera que a sociedade deveria ser dirigida por filósofos. Em nossa época, poderemos postular que a sociedade deveria ser orientada por cientistas, não no que diz respeito às questões administrativas, mas às aplicações das conquistas tecnológicas, evitando o seu desvirtuamento por parte dos que detêm o poder em nome do poder e de seus interesses particulares.

A Academia Pernambucana de Ciências pretende ser, em nosso Estado, o ponto de convergência das atividades científicas, tecnológicas e culturais como um todo, visando precipuamente contribuir, de maneira efetiva, para a melhoria de qualidade de vida dos nossos conterrâneos. Meus caros novos companheiros, sejam bem-vindos a nossa instituição que, a partir de agora, também lhes pertence.

 

 

FOLHA DE PERNAMBUCO

30 de março de 2003

 

NÃO HÁ TÉCNICA PARA ADIVINHAÇÕES

A precognição ou premoni­ção é um dos temas mais com­plexos estudados pela parapsi­cologia, ciência encarregada de investigar fenômenos atri­buídos ao oculto, ao misterio­so. Na opinião do parapsicólogo Valter da Rosa Borges, a questão não é acreditar se é possí­vel ou não prever o futuro, mas se existem indícios de que o homem pode ou não adivinhar o que ainda não aconteceu. Sobre este assunto, Valter é taxativo. “O futuro não existe. É um elenco de probabilidades que podem ou não se concretizar”.

Para ele, as pessoas têm inten­ções de no futuro realizar de­terminadas coisas. O fato em si é provável, mas não é possível de ser determinado. Pode haver uma coincidência entre a pre­visão e o que realmente acon­teceu. “Mas não se pode ter uma técnica para conhecer o futuro. Cientificamente, elas não têm nenhum valor. Quase a totalidade das previsões falham, mas não se publicam os fracassos, apenas os escassos acertos. Muitos dos que fazem previsões até acreditam que essas técnicas funcionam. Outros fazem isso para ganhar dinheiro”, avalia.

O descontentamento com a realidade e a insuficiência do pensamento racional em pre­encher os anseios humanos podem explicar o porquê das técnicas premonitórias serem ainda tão solicitadas. “Quando um povo se encontra na aflição e não há solução clara para os seus problemas, ele apela para o sobrenatural. Isso é psico­lógico, acaba funcionando como uma válvula de esca­pe”, analisa.

O parapsicólogo desafia qualquer adivinho a submeter suas previsões ou leituras do presente e do passado a uma in­vestigação científica. “Quanto mais gerais são as previsões, mais possíveis de acontecer. Seria mais interessante dar detalhes, afastar-se do subjetivo e especificar o máximo possível. A ciência lida com dados con­cretos. Dizer que no ano que vem vai cair um avião, vai morrer um político, isso para mim não vale nada”.

No entanto, a parapsicologia consolou fenômenos curiosos que ajudam a entender a ação de alguns adivinhadores A ciên­cia já verificou ser possível a co­municação por telepatia (entre as mentes). Dessa forma, uma pessoa pode ter faculdades de acessar informações contidas no consciente ou inconscien­te de outra pessoa. Se, por exemplo, um tarólogo prevê que seu cliente fará uma via­gem ao exterior, é provável que o cliente esteja com essa in­tenção. Nesse caso, explica Valter, uma pessoa que recebe uma previsão do seu futuro pode, mesmo que inconscien­temente, predispor-se a buscar a realização do fato previsto.

Outra curiosidade é quanto à Astrologia, que estuda a in­terferência dos astros nas vidas das pessoas. Hoje sabemos que a lua e o sol exercem influên­cia no organismo das pessoas. Observamos que certas doen­ças mentais são agravadas em épocas de lua cheia. Há a in­fluência de campos magnéti­cos sobre os seres vivos, mas isso não interfere no nosso des­tino”, afirma Valter.

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO.

24 de agosto de 2003

Premonição divide opiniões

FENÔMENO

 

A morte do diplomata brasileiro, Sérgio Vieira de Mello, no Iraque, reacendeu o questionamento sobre a possibilidade de se prever o futuro. E alimentou ainda mais a discussão levada ao ar pela novela Mulheres Apaixonadas, em que a garota Salete previu o fim trágico da mãe, Fernanda. Na vida real, a mãe de Mello revelara, antes do atentado, ter sofrido com maus pressentimentos. As duas tragédias, fictícia ou real, geraram polêmicas e dividiram opiniões. Mas muitos dizem não ter como negar a existência do fenômeno – chamado de premonição por alguns e intuição ou pressentimento por outros.

Para a auxiliar de enfermagem Magna Maria Souza, 31 anos, a denominação pouco importa. A experiência fala por si. Em poucos minutos de conversa, ela é capaz de enumerar quase uma dezena de acontecimentos que ocorreram na sua vida. Numa delas, em forma de sonho, a avó pedia a dois de seus filhos – um era o pai de Magna, Luiz Antônio, e outro um tio, José Antônio – que a ajudasse. Ao acordar no dia seguinte, a auxiliar de enfermagem contou o caso ao pai, que soube que a mãe adoecera ao se encontrar com irmão. Detalhe: uma distância superior a 500 quilômetros separava Magna da avó.

De acordo com o parapsicólogo Valter da Rosa Borges, a maioria das experiências de precognição – nome científico de premonição – é explicável pela telepatia. “Geralmente está relacionada a casos traumáticos, mas também a momentos felizes”, assegurou. Mas, segundo ele, nem todos os casos possuem explicação e o ser humano precisa ser humilde para entender isso. “A ciência é conhecimento provisório. O que admite-se hoje como verdade pode ser derrubado amanhã”, pontuou.

Rosa Borges destaca que a Parapsicologia não questiona se o futuro é predeterminado e sim como um elenco de probabilidades. No caso do diplomata, acredita ele, a mãe sabia dos riscos enfrentados pelo filho ao ser enviado ao Iraque, o que certamente contribuía para ela interagir telepaticamente com outras pessoas. “Grande parte das premonições ocorrem entre pessoas com relações afetivas fortes”, justificou. Quanto a isso, o diretor de Assistência Espiritual da Federação Espírita Pernambucana, João Brito, concorda. Mas a sua explicação é bem diferente para as premonições. “Tais fenômenos se baseiam na mediunidade”, afirma, explicando que eles ocorrem porque os períspiritos – também conhecido como corpo espiritual ou astral – das pessoas se comunicam mesmo com o corpo físico distante. Em momentos difíceis, defendeu Brito, espíritos amigos também ajudam.

O bispo auxiliar da Igreja Anglicana, no Recife, dom Filadelfo Oliveira Neto, reconhece que tais pressentimentos existem. “São mistérios da relação humana, que ainda não compreendemos”. O religioso alerta, entretanto, ser necessário não confundir esses fatos com adivinhações, que são condenadas pela Bíblia. As críticas aos adivinhos, exemplificou, estão em vários livros sagrados.

 

 

JORNAL DO COMMÉRCIO

14 de dezembro de 2003

 

Tempo de Anjos

Protetores, iluminados, esses seres surgem mais fortes no imaginário popular durante o final do ano

 

Cinthya Leite

 

Para a ciência eles são seres transcendentais. Platão preferia chamá-los de guardiões espirituais. O espiritismo considera que eles são seres da natureza ou guias. Ainda há quem diga que são protetores sobrenaturais. Apesar de os anjos (como são chamados esses seres alados pelo catolicismo) possuírem um leque amplo de denominações, o que vale mesmo é pensar que, mesmo com símbolos, eles são portadores de mensagens divinas e significados misteriosos. Principalmente durante o final do ano, quando são mais evocados por aqueles que neles creem. Ou nem tanto…

Os registros revelam que o interesse em relação a esses seres já existe desde a sociedade persa, passou pelos gregos, mas não foi tão intenso na Idade Média, época em que os santos tomaram lugar de destaque”, comenta o professor e historiador Alexandre Costa. Para ele, o impacto atual que os anjos exercem sobre a sociedade moderna é explicado pelo fato de as pessoas, preocupadas com o autoconhecimento, estarem cada vez mais em busca de suas raízes espirituais. “E o debate sobre a simpatia em relação aos anjos não se esgota aí. O homem quer uma proteção superior que, nem sempre, é encontrada no campo terrestre. Então, ele procura segurança na fé e na religião”, relata o parapsicólogo Valter da Rosa Borges, fundador do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas (IPPP).

De acordo com ele, os anjos estão incluídos no grupo dos seres transcendentais, aqueles que nunca passaram pela experiência humana. “Essa definição é baseada na concepção católica. O espiritismo, por exemplo, não faz referência a anjos, mas fala de guias espirituais, seres que passaram pela prática biológica, mas que já atingiram um alto estágio evolutivo”, acrescenta o parapsicólogo, que já escreveu 14 livros sobre os fenômenos incomuns da mente humana.

Por falar em acontecimentos que fogem do habitual, a discussão sobre a existência dos seres angelicais e a função que eles exercem em relação ao homem desperta a curiosidade dos estudiosos desde o século 19, quando Friedrich Schleiermacher, considerado o pai da teologia liberal, questionou o propósito da doutrina dos anjos. Já no século 20, o estudioso do Novo Testamento, Rudolf Bultmann, negou totalmente a existência deles.

Mesmo assim, a nova geração parece ter descoberto que a busca por ordem, sanidade e base espiritual leva de volta aos princípios bíblicos. Uma pesquisa realizada pela revista americana Newsweek em 1994 mostrou que 13% dos americanos já viram ou sentiram a presença de um anjo. Outro estudo realizado pelo Time descobriu que 69% dos americanos acreditam na existência dos anjos, e 46% confiam em anjos da guarda.

No Brasil, não existem dados concretos, mas os estudiosos já fazem algumas conclusões. “O interesse dos brasileiros pelo tema foi grande entre 1994 e 1997. Desde 2001, no entanto, percebe-se que a comunidade que se volta para os ‘assuntos angelicais’ cresce freneticamente. O mais curioso é que boa parcela desse público é masculino”, afirma a angiologista (como são chamadas as pessoas que estudam os anjos) e autora do livro Anjos Cabalísticos, Mônica Buonfiglio. “Diferente do que acontecia há algum tempo, as pessoas não apenas procuram os seres celestiais em busca de proteção, mas fazem orações para eles com o intuito de atingir algo material e, de fato, conseguem”, assegura Mônica.

Outro fato que explica a moda dos anjos recai no papel que eles exercem de mediadores entre Deus e os homens. Algumas pessoas, entretanto, oram a Jesus, pois a Bíblia o identifica como a única ‘ponte’ entre o Ser Supremo e a humanidade. “Outros, porém, preferem se voltar aos anjos, pois têm medo de orar diretamente a Deus. É como se Ele esperasse apenas obediência e santidade. Com os seres transcendentais, fica mais fácil falar sobre problemas e pecados”, salienta Valter da Rosa Borges.

Por sinal, foi o receio de entrar em contato espiritual com Deus que fez aparecer a hierarquia angelical. “Os judeus sequer pronunciam a palavra Jeová, porque é como se Ele fosse uma potência, uma supremacia. Na tentativa de usar outras nomeações, eles terminaram criando essa hierarquia que foi escrita no século 13, mas difundida, no Brasil, em 1992”, garante Mônica Buonfiglio.

Segundo a angiologista, apesar de a expressão ‘hierarquia angelical’ dar ideia de subordinação e grau de escala crescente dos poderes eclesiásticos, não é verdade afirmar que existe um anjo mais superior do que os demais. “Não se trata de uma questão qualitativa, pois todos são iguais e têm a função, entre outras, de auxiliar o homem durante sua passagem pela Terra”, diz Mônica.

Mas, se eles estão por aqui, por que há tantas calamidades? “Não há como mudar a vontade divina. Os seres celestiais estão aqui para nos servir, mas ficam sujeitos à vontade soberana de Deus”, completa Mônica.

 

ENTREOS OS BONS E OS CONTRÁRIOS

Teólogos, religiosos e cientistas dividem-se quanto às denominações angelicais. Guias ou espíritos de luz, a verdade, dizem, é que eles estão entre nós.

 

Ludmila de Abreu

Quando o debate em torno dos anjos vem à tona, é fácil perceber que há contradições e enigmas em relação à existência deles. De acordo com B. J. Oropeza, um teólogo americano que relatou temas ligados aos seres espirituais (no livro 99 Perguntas sobre Anjos, Demônios e Batalha Espiritual), a expressão ‘anjo da guarda’ não aparece na Bíblia, mas algumas passagens deixam transparecer a ideia de guardiões.

“A Igreja Católica até celebra a memória dos santos anjos da guarda no dia dois de outubro de cada ano”, reforça o bispo auxiliar de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. Na visão dos angiologistas, um anjo bom e outro mau são destinados para cada pessoa. “Os que praticam o bem são protetores; os demais atormentam o homem e são chamados de anjos contrários”, explica a angiologista Mônica Buonfiglio.

Segundo ela, é preciso identificar o ser que traz a maldade para evitar que acontecimentos negativos prejudiquem a vida do indivíduo. Os estudos acerca da batalha espiritual ainda incluem a presença do demônio em terras celestiais. Segundo Dom Fernando Saburido, o diabo foi criado por Deus como sendo bom em sua natureza, mas se tornou mau por iniciativa própria. “Um dos poderes que Jesus deu aos discípulos foi o de expulsar os demônios do céu”, enfatiza Saburido.

Para o estudioso da Parapsicologia e fundador do Centro Latino-Americano de Parapsicologia (CLAP) em São Paulo, Padre Quevedo, a ideia de que houve uma grande guerra celestial entre os anjos é pura lenda. “Lúcifer só aparece uma vez na Bíblia, em uma passagem que não se refere à expulsão do céu”, argumenta Quevedo.

A crença em anjos da guarda, apesar de ter começado a ganhar força há pouco tempo, não é nova. As tradições judaicas antigas, por exemplo, afirmavam que todas as pessoas tinham um anjo da guarda. A angiologista Mônica Buonfiglio, precursora em estudos sobre o tema no Brasil, afirma que essas ‘criaturas’ estão presentes desde o segundo dia da criação do mundo. “Os pássaros citados pelo Gênesis são os anjos”, acredita a estudiosa. “A tradição mitológica também disseminava o culto aos anjos, que eram chamados de daimones e vistos como seres sobrenaturais que acompanhavam as pessoas em todos os momentos”, comenta o professor e historiador Alexandre Costa.

Os padres da Igreja Católica afirmam que os seres angelicais existem, mas citam apenas três. “Há os anjos Rafael, Gabriel e Miguel. Eles representam, respectivamente, a cura, a manifestação e a fortaleza divina”, diz Quevedo. O teólogo B. J. Oropeza escreveu que algumas correntes que estudam os seres celestiais, no entanto, não sabem ao certo o número de anjos (exceto a angiologia, que afirma haver 72 ‘amigos celestiais’). Ele diz que, no Apocalipse, o número de anjos chega a cem milhões, segundo as escrituras.

O teólogo acredita, conduto, que a conta é apenas uma forma figurada de expressar um número incontável de anjos. “Mas se sabe que existe uma angiologia cristã presente em todos os catecismos editados ao longo da história pelos católicos”, relata Alexandre Costa.

Mas, afinal de contas, eles estão ao redor do homem ou é o imaginário que fabrica o fato? “Sim, eles estão por aqui. Todas as raças falam sobre seres espirituais. Deus criou o ser humano, os bichos, as bactérias e os vegetais. É claro que Ele não esqueceria os guias espirituais”, responde Padre Quevedo.

A linha parapsicológica defende que a existência dos seres transcendentais é provável, mas não como geralmente é descrita nos documentos e vista nas imagens. “O imaginário faz com que o homem crie companheiros. Nesse caso, são os amigos transcendentais, que não o deixam sozinho e podem até guardar os passos de cada um”, salienta Valter da Rosa Borges.

Para a professora e angiologista Ana Maria Moraes, os seres celestiais são apenas formas de energia que, simbolicamente, receberam formas de anjo, no catolicismo, para fazer com que as pessoas compreendam que são possuidoras de força mental. “Eles nada mais são do que uma luz que liga o homem a Deus, independente da religião que cada sociedade segue”, afirma Ana Maria.

“Até o mundo que vemos hoje é fruto da mente. A diferença é que cada um de nós enxergamos as coisas e os fatos de acordo com a cultura e a religião que possuímos”, explica Valter da Rosa Borges. Assim, a visão que cada um tem dos anjos não deve ser julgada. “O que importa é acreditar em algo que vele nossos caminhos “, completa o parapsicólogo.

 

 

 

JORNAL DO COMMERCIO

1º DE JUNHO DE 2003

 

ACADEMIA PERNAMBUCANA DE CIÊNCIAS

Manuel Correia de Andrade

 

A Academia Pernambucana de Ciências, fundada a 7 de janeiro de 1978, com a participação dos mais eminentes cientistas pernambucanos, teve as suas raízes em um programa da TV Universitária, o “Grande Júri”, que debatia os problemas científicas e culturais com que se defrontava o meio universitário pernambucano. Teve como seu idealizador e organizador o professor e membro do Ministério Público, Valter da Rosa Borges, homem estudioso e preocupado com as ciências humanas, sobretudo com as pesquisas na área da psicobiofísica. Sendo um trabalhador, conseguiu reunir em torno dele, para debates periódicos na TV Universitária, figuras exponenciais, como o fisiologista Nelson Chaves, o biólogo Aluísio Bezerra Coutinho, o químico Osvaldo Gonçalves de Lima, o ecólogo e botânico Vasconcelos Sobrinho, o jurista Pinto Ferreira, o psiquiatra Othon Bastos Filho, uma constelação de cultores dos mais diversos ramos das ciências. Desinteressadamente, nascia, aí, na Rua da Concórdia, uma instituição que já ultrapassou os 25 anos de vida e que tantos serviços tem prestado à cultura pernambucana.

Interessante é que Valter da Rosa Borges, nascido no bairro de São José, um dos mais antigos e tradicionais do Recife, quis que aí nascesse, a nova Academia, em um bairro que surgira no período nassoviano, como a Nova Maurícia, na Ilha de Santo Antônio, que se tornaria berço honroso para qualquer instituição. O local do nascimento testemunhava a origem e o compromisso da nova instituição para com a Cidade do Recife e, consequentemente, para com Pernambuco.

Nestes 25 anos, conduzida por mãos e mentes dedicadas, como as dos cientistas que vêm exercendo a sua presidência, reunindo-se geralmente uma vez por mês, ela vem promovendo eventos culturais da maior importância, onde são discutidos problemas ligados às atividades científicas nas mais diversas linhas, desde as formulações filosóficas até as transformações tecnológicas. Formada por dezenas de profissionais das várias áreas, ela proporciona que em suas reuniões, hoje realizadas no edifício da Universidade Católica de Pernambuco, a discussão dos eventos que ocorrem no mundo das ciências, permitindo que se acompanhe o que ocorre nos centros desenvolvidos do mundo.

Outra ideia inovadora está no processo de admissão de sócios, já que a Academia Pernambucana de Ciências não tem número determinado de sócios. Ao ser fundada, o foi já com 34 associados, quando, em geral, as academias têm um número limitado de sócios, como a Academia Francesa que tem apenas 40 associados, sendo a sua renovação feita à proporção que os sócios vão falecendo. Nela, cada sócio ocupa uma cadeira patrocinada por uma figura ilustre, já falecida, a existência de um número não limitado de associados permite que a renovação do seu quadro se faça, naturalmente, sem a preocupação com o falecimento de seus membros, para permitir o aparecimento de vagas. Daí o expressivo número de sócios que, no momento, ultrapassa 100 pessoas.

Como toda instituição cultural, a Academia Pernambucana de Ciências se ressente do fato de não possuir uma sede própria que abrigue um auditório, uma secretária e uma biblioteca, estando à espera de algum mecenas que disponha de boa vontade e de recursos, ela se ressente também de não dispor de publicações onde sejam divulgadas as palestras e as conferências realizadas e de uma revista de certa periodicidade em que sejam divulgados artigos dos seus associados.

Participam também da Academia Pernambucana de Ciências, pessoas ligadas a numerosas instituições culturais e de ensino, como a Universidade Federal de Pernambuco, a Federal Rural de Pernambuco, a Católica de Pernambuco, a Fundação Joaquim Nabuco, o Centro de Estudos Josué de Castro, as academias Pernambucana de Letras, de Artes e Letras, de Letras e Artes do Nordeste, o Instituto Arqueológico Geográfico e Histórico Pernambucano, a Fundação Gilberto Freyre, e numerosas outras instituições culturais e científicas.

Como se pode ver, cabe ao arquiteto e professor Waldecy Pinto e aos seus confrades, um programa de trabalho árduo para divulgar e fortalecer o papel que esta Academia vem desempenhando no Brasil e em Pernambuco, e que está se transformando e se modernizando, procurando renascer, resolver os problemas com que se depara nos dias de hoje.

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

19 DE AGOSTO DE 2003

A ACADEMIA PERNAMBUCANA DE CIÊNCIAS

Miguel Doherty

 

Vinte e cinco anos da Academia Pernambucana de Ciências. Alcançada a sua maturidade após anos de lutas dos sócios pelo seu progresso, crescimento e desenvolvimento, intercalados por uma fase de oito anos de recesso. Muitos de nossos cidadãos desconhecem a História desse patrimônio. Fundada em 7 de janeiro de 1978 no Edifício Concórdia, rua da Concórdia, 372, salas 46/47, sede do Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas de Pernambuco (IPPP).

Fruto de um programa de debates de temas científicos e culturais da TV Universitária, “O Grande Júri”, coordenado pelo professor Valter da Rosa Borges, o qual dado o interesse despertado, idealizou fundar a Academia integrada por membros da comunidade científico-cultural do Estado, logo efetivada por 34 sócios fundadores, destacados detentores do respeito e do conceito cientifico. Figuras dos vários campos das ciências como Aloísio Xavier, Amaro Quintas, Berguedoff Elliot, Bezerra Coutinho, Geraldo Mariz, João Beltrão, José Lourenço, Nelson Chaves, Orlando Parahym, Osvaldo Gonçalves de Lima, Oswaldo Santos, Othon Bastos, Paulo Jungman, Pessoa de Morais, Pinto Ferreira, Reynaldo Rosa Borges Oliveira, Roberto Aguiar, Sebastião Vilanova, Vasconcelos Sobrinho e outros, presididos pelo criador da Academia, Valter da Rosa Borges.

Nesses 25 anos de existência a Academia só teve dois Presidentes, o seu fundador por três mandatos e a partir de 1997, reeleito por quatro mandatos, o professor Waldecy Pinto, tendo ambos conduzido a entidade com um contínuo progresso, contando hoje com 105 sócios, incluindo doze dos sócios fundadores.

Patrimônio cultural reconhecido pela Comunidade, tendo a chancela pública estadual como de utilidade pública pela lei estadual nº 11345 de 14/5/96 e nos dias de hoje, graças à visão do vereador do Recife, Roberto Andrade, recebeu a homenagem pela passagem de seus 25 anos da Câmara de Vereadores do Recife no último dia 7 de agosto.

A Academia mantém suas reuniões regulares no primeiro sábado de cada mês no Auditório do Bloco B do Centro de Teologia e Ciências Humanas com apresentação de temas científicos, além da apresentação de temas envolvendo setores da economia do Estado visando as prioridades de investimento a serem implementadas pelos poderes publico e privado.

Entidade de objetivos bem definidos em seus Estatutos com apenas 12 artigos e seu Regimento Interno com 25, traduzindo sua simplicidade e objetividade, visando promover o desenvolvimento de todos os setores do conhecimento e a prestação de serviços a Comunidade, isoladamente ou em parceria.

Seu símbolo também traduz a Academia como Casa, com suas duas colunas jônicas, expressando a primeira escola filosófica ocidental na antiga Grécia, do povo de Ática com Platão e seus discípulos em Atenas como centro de discussão filosófica. Sua objetividade reside ainda no quantitativo de seus componentes, diverso das demais Academias, uma vez que não estabelece limites, podendo ser tantos quanto forem merecedores, e ainda mais, não são embalsamados na perpetuidade podendo ser eliminados caso transgridam as leis de exercício da correta cidadania e da ética.

Realmente foi merecida a homenagem prestada pela Câmara Municipal, graças à visão e iniciativa do vereador Roberto Andrade atestando a pujança da nossa Academia pela audiência presente às reuniões, o crescimento de seu quadro e o crescente progresso impulsionado pelo atual Presidente.

Parabéns à comunidade por ter essa Academia e à entidade votos para que mantenha não só o mesmo ritmo de crescimento, mas principalmente de desenvolvimento.

 

Participante do I Seminário Cultura, Ciência e Tecnologia: o Papel do Nordeste, realizado na Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIEPE  –, em 12 de dezembro de 2003.

Homenagem da Câmara Municipal do Recife aos 25 anos da Academia Pernambucana de Ciências.

 

Roberto Andrade

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, subo a esta Tribuna hoje para homenagear a Academia Pernambucana de Ciências (APC), que neste ano de 2003 está completando 25 anos de fundação. Gostaria de destacar o papel dessa Instituição, homenageando seus sócios no nome do arquiteto Waldecy Fernandes Pinto, presidente da Academia.

O nascedouro da APC foi o programa televisivo “O Grande Júri”, criado, produzido e apresentado por Valter da Rosa Borges, entre os anos de 1968 e 1981, na TV Universitária Canal 11, emissora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pelo “Grande Júri”, passaram, semanalmente, centenas de expoentes da intelectualidade pernambucana, debatendo temas científicos, filosóficos, artísticos e religiosos. O pioneiro Valter da Rosa Borges foi o primeiro presidente da Academia, exercendo o cargo por três mandatos.

Senhoras e Senhores Deputados, nesses 25 anos de existência, a Academia Pernambucana de Ciências viu passar pelos seus quadros algumas das principais referências da sociedade intelectual de Pernambuco, Estado reconhecido por ser uma usina de ideias nas mais variadas áreas. E não poderia ser diferente com o setor científico.

Todavia, essa trajetória da APC é uma luta diária dos seus integrantes. O presidente Waldecy Fernandes Pinto me falou das dificuldades para a manutenção da Instituição, que vem contando com o apoio de entidades-irmãs, como o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, bem como da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Instituições como a Academia Pernambucana de Ciências são fundamentais não apenas para preservar o pensamento intelectual do País, mas também para estimular os debates sobre temas da atualidade. Um exemplo disso é a atual polêmica sobre o uso dos produtos geneticamente modificados, os transgênicos.

Vida longa à Academia Pernambucana de Ciências.

Era o que tinha a dizer senhor presidente.

 

Waldecy Fernandes Pinto

 

Ao agradecermos a homenagem que esta casa de José Mariano neste fim de tarde do dia sete de julho do ano 2003 presta à APC – Academia Pernambucana de Ciências pelos vinte e cinco anos da sua Fundação, fazemos destaque ao Excelentíssimo Vereador Engenheiro Roberto Andrade que na sua pessoa agradecemos aos Vereadores Recifenses que aplaudiram e concordaram com esta solenidade.

Revendo o passado, lembramos que Pernambuco desempenhou no Nordeste brasileiro uma posição de destaque em pioneirismos Cultural, Cientifico e Tecnológico afirmando que nosso Estado e em especial na Cidade de Olinda nasceram os primeiros cursos jurídicos do Brasil daí surgindo a primeira Universidade que na união das Faculdades isoladas foi fundada a Universidade do Recife, transformando-se posteriormente na Universidade Federal de Pernambuco.  Ainda na Cidade de Olinda pelas mãos dos Beneditinos foram criados os cursos de Ciências Agrárias – Agronomia e Medicina Veterinária, responsáveis no futuro pelo nascimento da Universidade Rural em seguida Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Assim Pernambuco, além de ter dado as grandes raízes para o desenvolvimento através do ensino superior, também demonstrava para o Brasil o desenvolvimento das atividades agroindustriais representada pelos seus engenhos constituindo-se nos primeiros em território pátrio.

As atividades socioeconômicas de uma Nação se apoiam na formação cientifica gerada na vida Universitária. A cidade das águas como é chamado o Recife pelos poetas em seus versos foi o cenário da formação intelectual e tecnológica do seu povo, conjuntamente com a cidade Marim dos Caetés a nossa Olinda Patrimônio da Humanidade.

O acervo histórico arquitetônico destas duas viIas irmãs retrata a história de gloria e da pujança de uma região cheia de contrastes.

Contrastes na beleza natural do seu desenho topográfico com os assentamentos desumanos da grande parte da sua população.

Não poderíamos deixar de lembrar que o sítio urbano destas cidades espelha nas suas edificações os contrastes físicos da arquitetura do passado e do presente como também os grandes desníveis sócios econômicos dos seus habitantes.

Numa região como a do nordeste brasileiro, cheio de contrates socioeconômicos e culturais o desempenho das ACADEMIAS: DE LETRAS, DAS ARTES, DA MUSICA E DAS CIÊNCIAS, deve ser voltado com as contribuições das riquezas culturais de seus membros, na luta contra o gritante desnível que tem aumentado consideravelmente nos  últimos anos da era globalizada.

No caso da ACADEMIA PERNAMBUCANA DE CIÊNCIAS verifica-se neste trajeto dos vinte e cinco anos marcadamente desde a origem usa da sua criatividade, tomando como exemplo o programa o GRANDE JURI criado e dirigido por Valter da Rosa Borges na TV Universitária nos idos de 1977/78.

Assim pela experiência obtida nos debates de relevantes temas culturais e científicos na TV Universitária, tornou=se realidade a fundação da Academia Pernambucana de Ciências ideia genial do seu criador Valter da Rosa Borges como o prolongamento da experiência do programa o Grande Júri.

Foram 34 (trinta e quatro) os seus Fundadores, nominados aqui por ordem alfabética:

1– Prof.– Aécio Campelo de Souza      18 – Dr. João Beltrão Neto

2-Dr. Aloísio de Melo Xavier                  19 -Prof. Luiz Pinto Ferreira

3-Prof. Aluízio Bezerra Coutinho           20 – Pe. Nércio Rodrigues

4-Prof. Amaro Quintas                            21 – Prof. Nelson Chaves

5- Dr. Áureo Bispo Santos                     22 – Dr. Orlando Parahym

6- Prof. Atílio Dall’Olio                           23 –  Oswaldo Gonçalves de Lima

7- Prof. Ayrton Fernandes da Costa     24 – Dr. Oswaldo Santos de Melo

8-Berguedoff Elliot                                 25 – Dr. Othon Bastos Filho

9 – Dr. Edison Duarte de Souza            26 – Ozita de Moraes Pinto Ferreira

10-Dr. Fídias Teles                                  27 – Dr. Paulo de Albuquerque Jungman

11 – Prof. Francisco Ivo Dantas             28 – Dr. Reynaldo Rosa B.de Oliveira

12 – Prof. Geraldo Pereira de Arruda     29 – Dr. Roberto Oliveira Aguiar

13 – Prof. Geraldo Mariz                          30 –  Roberto Mauro Cortez Motta

14 – Dr. Ivo Cyro Caruso                         31 – Prof. Sebastião Vilanova

15 – Prof. José Lourenço de Lima         32 – Prof. Valter Rosa Borges

16 – Prof. José Xavier de Moraes          33 – Prof. Walter Wanderley Barros

17 – Prof. João Vasconcelos Sobrinho 34 – Prof. Wandick Nóbrega Araújo

 

Continuando sua trajetória e seus objetivos a Academia nas sessões culturais a cada mês trás para debate assuntos ligados à CIDADANIA – CULTURA – CIÊNCIAS e TECNOLOGIA.

As palestras são abordadas para um cenário aberto ao público e com a participação dos Acadêmicos que na sua constituição pluridisciplinar o assunto é apresentado e interpretado nos seus diversos aspectos, principalmente na visão da formação cientifica e cultural da especialidade de cada Acadêmico.

É neste contexto que emergem as redes de informações e as articulações diversas nas interpretações e valorização dos assuntos abordados.

As Sessões Culturais da Academia objetiva também o relacionamento mais efetivo entre os Acadêmicos fora do ambiente quotidiano, proporcionando troca de experiências, conhecimentos e testemunhos do exercício profissional.

A Academia tem nos seus objetivos, o desempenho de um papel muito importante, porque se insere numa região do Brasil onde o desequilíbrio sócio econômico é muito mais acentuado que nas outras regiões.

Neste cenário de desequilíbrio sócio econômico a missão da Entidade se torna desafiante para incrementar os seus objetivos.

Portanto a satisfação que nos estimula como praticantes do magistério modelo de apostolado damos sequência a nossa luta no combate a desigualdade em todos os seus aspectos.

O estimulo aqui traduzido nesta significativa homenagem, nos envaidece mesmo como praticantes da humildade como exercício de vida. O reconhecimento desta Casa Legislativa dos vinte e cinco anos de vida da ACADEMIA PERNAMBUCANA DE CIÊNCIAS será sempre merecedora da nossa gratidão para com os Vereadores Recifenses e em particular ao Engenheiro Roberto Andrade.

Excelentíssimos senhores Vereadores, minhas senhoras e meus senhores lembramos que a Academia Pernambucana de Ciências tem por objetivo promover o desenvolvimento de todos os setores do conhecimento humano, assim a nossa missão para com a sociedade se torna um desafio permanente e aqui registramos um depoimento do prof. Valter da Rosa Borges:

“A ciência tem transformado o que antes parecia especulação visionária em realizações ou probabilidades concretas. Assim, o cientista é um profeta singular que, ao invés de procurar entender os planos de Deus, cria os seus próprios projetos e tenta viabilizá-los.

Diferentemente das pitonisas do passado, ele não aspira os gases oriundos da terra para augurar o futuro, mas se inspira nas ideias oriundas das profundezas do seu inconsciente, buscando construir para a humanidade, não apenas futuros possíveis, mas, principalmente, desejáveis. O seu otimismo em relação ao futuro se direciona no sentido de uma melhoria tecnológica da vida para o homem, embora nem sempre resulte em melhoria de qualidade de vida”.

Concluindo nossos agradecimentos em nome dos Acadêmicos integrantes da Academia Pernambucana de Ciências, registramos nesta ocasião que no decorrer da caminhada de um quarto de século outra posição, possivelmente na Eternidade, deixando as sementes do seu ideal, do seu apostolado, do seu magistério, exercitado com tanto brilho quando das suas presenças entre nós.

Assim o reconhecimento desta Casa Legislativa nos envaidece e ao mesmo tempo estimula a continuar o nosso trabalho partilhando com todas as atividades que venham obstaculizar a eliminação dos conflitos sociais, resultantes da mudança de normas e valores, da sociedade buscando nos objetivos da Academia as fontes de riqueza da interdisciplinaridade dos seus membros, a serviço do bem-estar e da melhoria de vida do Homem.

Muito obrigado

Morte de minha irmã Hilda da Rosa Borges Fragoso Selva em 3 de dezembro, aos 92 anos de idade.

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