1971

Em 31 de março, fui posto à disposição da SUSIPE. E participei do grupo formado para organizar o sistema penitenciário de Pernambuco.

Recebi a visita em meu apartamento, à Av. João de Barros, 633/903, de H.N. Banerjee, trazido por Lamartine de Holanda Jr. e ali fiz-lhe um convite para participar de “O Grande Júri, o que de fato aconteceu no dia 17 de setembro. Deste debate participaram ainda Lamartine, Ney Prieto Peres, Humberto Vasconcelos e Austragésilo Gomes Spíndola.

 

Em 15 de outubro, debate no programa “O Grande Júri” com o Pe. Oscar Quevedo, do qual também participaram Humberto Vasconcelos e Enoch Burgos.

 

A Associação dos Ex-Alunos da Escola Rui Bar­bosa – AEAERB – assim como o Grêmio Cultural Joaquim Nabuco, teve, também, um papel destacado nas atividades culturais do Recife, sempre sob a presidência do incansável Severino Damasceno Soares.

Neste ano, a AEAERB publicou um opúsculo sobre os seus “Cinco Primeiros Salões de Poesia”, de 1953 a 1963. A Comissão Julgadora destes Salões era constituí­da por destacados intelectuais como os poetas Jayme Griz e Milton Souto e os jornalistas Paulo Matos e Isnar de Moura.

Por solicitação de Severino Damasceno escrevi a seguinte apresentação para o opúsculo:

 

ALGUMAS PALAVRAS

 

A Associação dos Ex-Alunos da Escola Rui Bar­bosa, com este lançamento, comemora as suas bôdas de prata com a cultura de Pernambuco.

Talvez seja ela, atualmente, a mais antiga socie­dade lítero-recreativa do Recife, orientando a formação moral e intelectual do adolescente.

Nos meus tempos de estudante secundarista, grande era o número destas entidades culturais, hoje, infelizmente, quase tôdas extintas.

Ao lado do Grêmio Cultural Joaquim Nabuco, do qual fui um dos fundadores, a Associação dos Ex-Alunos da Escola Rui Barbosa se destacou como um dos mais atuantes centros de cultura estudantil recifense. Estas duas entidades irmãs promoveram, juntas, um espeta­cular programa educacional, enquanto disputavam entre si, amigavelmente, a hegemonia sôbre as demais associ­ações congêneres.

Este livro que a Associação ora publica é uma prova vigorosa de sua vitalidade e, ao mesmo tempo, um registro saudosista dos seus famosos salões de poesia. Faço-me, também, cúmplice desta saudade.

Severino Damasceno Soares, dinâmico e quase vitalício presidente da Associação – homem que há 25 anos não envelhece – através desta arrojada publicação, vem, de público, dar testemunho de seu invejável idea­lismo e de sua extraordinária capacidade administrativa, superando barreiras que a muitos se afigurariam intrans­poníveis. Graças ao seu invulgar dinamismo, esta Asso­ciação continua existindo e – o que é mais importante – realizando, sem alardes, sua tarefa de incrementar e orientar o desenvolvimento intelectual da juventude.
Esta coletânea de poesias não vale somente como registro e conteúdo, mas, e sobretudo, como men­sagem de fé e otimismo: a qualidade do futuro depende dos cuidados dispensados ao presente.

E a Associação dos Ex-Alunos da Escola Rui Bar­bosa, no âmbito de sua jurisdição, vem, silenciosamente, realizando este trabalho, no preparo moral e intelectual dos adolescentes que integram o seu quadro social.

Este é o seu prêmio e a sua glória.

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