1987

No início do ano, com o apoio do acadêmico Pe. Ferdinand Azevedo, a Academia passou a realizar as sessões culturais, no primeiro sábado de cada mês, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), da Universidade Católica de Pernambuco, na rua do Príncipe, 526, bairro da Boa Vista, onde continua até hoje.

 

Retomei o ritmo de admissão de novos acadêmicos e, no dia 1º de março, no auditório do Bloco B, da Universidade Católica de Pernambuco, empossei Amaro Geraldo de Barros, Fernando Antônio Domingos Lins, Gabriel Antônio Duarte Ribeiro, George Chaves Jimenez, Guilherme Montenegro Abath, José Mário Alves Carneiro, Lúcia Maria Lyra Gomes, Rômulo Maciel, Sebastião de Araújo Barreto Campello e Sydia Maria Queiroz de Albuquerque Maranhão.

 

Em 4 de outubro e 8 de novembro, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas, da Universidade Católica de Pernambuco, dei posse, respectivamente, aos acadêmicos Miguel John Zumaeta Doherty e Silvino Alves da Silva Neto.

 

Cumprida a missão de reativar a Academia, convoquei uma Assembleia Geral para a eleição da Diretoria para o biênio 1998/1999 e que se realizou no dia 6 de dezembro, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Sociais, da Universidade Católica de Pernambuco.

Fiz a transmissão do cargo de Presidente ao acadêmico Waldecy Fernandes Pinto.

Reunião pública do IPPP: 9 de março – O Problema da Sobrevivência.

 

No V Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado no auditório da Universidade Católica de Pernambuco, no dia 3 de outubro de 1987, participei de duas Mesas Redondas: “A Parapsicologia e suas Relações com a Física, a Medicina, a Religião, a Psicologia e a Educação”, com Maria José Sales Padilha, e “A Dinâmica do Inconsciente”, com Geraldo Leite.

Palestra sobre fenômenos paranormais na proximidade da morte no Curso “O Homem diante da Morte”, promovido pelo Centro de Psicologia Hospitalar e Domiciliar, no auditório do SENAC, no dia 24 de outubro.

 

Conferencista no VI Congresso Brasileiro de Parapsicologia e Psicotrônica, realizado em Belém do Pará, de 29 de outubro a 1º de novembro, sob o título: Fundamentos para uma teoria geral da paranormalidade.

 

Homenagem dos meus alunos da Universidade Católica de Pernambuco.

Prof. Walter Rosa Borges

A turma MP II agradece a doação pessoal e intelectual, a transmissão carinhosa e dedicada de conhecimentos, o exemplo digno e honrado de quem sabe ser mestre.

1987

JORNAL DO COMMERCIO

 

Recife – Terça-feira, 29 de setembro de 1987

 

SIMPÓSIO ESTUDA, EM RECIFE, PARAPSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

 

CADERNO C

Danielle Romani

 

Você acredita em poltergeists, espíritos batedores? É do tipo que engole toda história sobre almas, demônios e entidades misteriosas? Pois bem, já está na hora de saber que todos esses fenômenos têm explicação científica rigorosa e estão muito longe de serem aparições do além. Sabe como eles se chamam? Manifestações de psicocinesia espontânea, uma das modalidades dos fenômenos paranormais, provocados por algo bem complexo e humano: a mente.

Portanto, se em sua casa objetos estive­rem pegando fogo, móveis balançando, pratos que­brando inexplicavelmente, não 38 assuste nem hesite: o melhor ‘ fazer é deixar de lado pais-de- santo, padres, espíritas e recorrer ao Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, IPPP, única sociedade científica, do Nordeste, a estudar e pes­quisar os fenômenos paranormais.

Mas mesmo que nada disso esteja acontecendo com você ou com amigos, particularmente, vale a pena dar uma conferida no V Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, que o IPPP estará promovendo no próximo dia 3, no auditório da Universidade Católica de Pernambuco. Lá serão discutidas, não só a parapsicologia em si, mas suas relações com outras ciências, a exemplo da psicologia, física, medicina, educação e religião, com a participação de profissionais ligados a todas essas áreas científicas.

 

Muitas histórias. Poucos paranormais

 

A parapsicologia muitos sab­em do que se trata: uma ciência que objetiva o estudo dos fenômenos paranormais, das manifestações incomuns produzidas pelo psiquismo humano, via de regra, a nível de inconsciente. Reconhecida em 1969 ela Associação Nacional Norte-Americana Para o Progresso da Ciência, ela é já respeitada em to­do mundo e em torno dela, são feitas pesquisas em diversos países. Mas ainda há quem a confunda com espiritismo. “No que está totalmente equivoca­do”, assegura Walter Rosa Bor­ges, atual presidente do IPPP no Recife.

Walter, que é parapsicólogo, mas não é paranormal, garante que a interpretação espírita de fenômenos mediúnicos, atribuí­dos a espíritos “desencarnados”, são na realidade meras demons­trações de paranormalidade. O que não significa que a parapsi­cologia tenha aí enorme material humano de estudo. Pelo contrá­rio. “O número de paranormais constatados é reduzidíssimo. O que não impede que várias pes­soas vivam experiências parapsicológicas isoladas”. No Brasil bons exemplos de paranormais “autênticos” só três. Thomas Green Morton (lembram do guru dos astros e estrelas?) Francisco Xavier (o papa do espiritismo) e Luiz Antônio Gasparetto.

“O Thomas Morton, então, é mais poderoso ainda do que o Uri Geller, que fez exibições no mundo todo pela TV”, assegura Walter. E diz o porquê: enquanto Uri Geller, além da paranormali­dade se vale da prestidigitação para aumentar seus poderes, o Thomas Morton não. “Ele foi pesquisado, sem saber, por um representante do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, padre Edwino, e quanto a isso não restaram dúvidas: ele não só desconhece “mágicas” como realiza fenômenos dos mais fortes em parapsicologia.” Quanto as insinuações de que Thomas aproveitaria comercial­mente do seu poder Walter tam­bém é claro: “há uma paparicagem muito grande em torno dessas pessoas que conseguem realizar ações do tipo. Eles fi­cam sendo vistos como deuses, são divinizados e daí à fraude é apenas um passo”.

 

Poltergeists fajutos

 

Talvez poucos recordem de alguns falsos “poltergeists” que aconteceram na cidade: um deles, mais comentado, foi o ca­so do Edf. Paris onde há seis anos, inexplicavelmente, objetos começaram a chocar-se na pa­rede, pratos quebravam, móveis saiam do lugar, assustando os moradores e vizinhos do apar­tamento. Ou mesmo, poucos te­nham ouvido comentários sobre uma casa, em Olinda, onde ob­jetos pegavam fogo, sem expli­cação e de repente. Padres e rezas não foram eficazes para deter tais acontecimentos que só foram esclarecidos com a en­trada, em campo, do Instituto de Pesquisas Psicobiofísicas: os responsáveis por tais “algazar­ras” eram ninguém menos que uma garotinha (no caso do Edf. Paris) e um garotinho (no caso de Olinda) paranormais, prova­velmente vivendo uma época de intensa crise emocional.

“Com nossa ajuda e escla­recimento do que se tratava, não só os “fenômenos” cessaram, como as famílias ficaram tran­quilizadas”, explica Walter Rosa Borges. Justamente por esse motivo ele acha fundamental que o Instituto seja procurado quando algo do tipo for notado. “Nosso principal objetivo é orien­tar essas pessoas, evitar que elas se deixem levar pelo pânico e crendices. Explicar-lhes que eles acontecem quando o paranormal está sob fortes distúrbios emocionais, de maneira que tan­to ele, quanto sua família, rece­bam o retorno de manifestações semelhantes, num clima de maior tranquilidade”.

Walter garante, também, que o Instituto se dispõe a exa­minar qualquer outro caso atri­buído a paranormalidade. “De cara vamos logo pensando que o fenômeno não é autêntico, só depois de afastar todas as hipó­teses é que consideramos o fato como tal”. O IPPP dispõe, ainda, de testes especializados para detectar a paranormalidade nas pessoas. O mais conhecido de­les é o baralho Zener, onde de­ve-se adivinhar os números ou figuras, prevendo-se assim, a capacidade de clarividência. Ou­tro, relativamente conhecido, é o teste com esfera sob campo magnético. “Neste especifica­mente, pode-se saber se a pes­soa é ou não dotada de psicocinesia, pois ela terá que afastar a esfera que está suspensa, pro­curando retirá-la do campo magnético”. De antemão Walter avisa: em Pernambuco, até hoje, ninguém conseguiu realizar esta façanha. Numa última etapa é usado o teste eletrônico, onde as pessoas devem acertar qual a luz que por último ficará acesa ou conseguir, com sua mente in­fluir no resultado.

O Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, que é composto por 25 pessoas (parapsicólogos, psicólogos, mas nenhum deles paranormal) pro­move, ainda, mensalmente, o seu Seminário de Múltiplos Sa­beres, além de estar ministrando Cursos de Extensão e de Pós-Graduação em Parapsicologia, segundo orientação recebida pela Delegacia Regional do Mi­nistério de Educação. Anual­mente realiza um simpósio, a exemplo do V Simpósio Per­nambucano de Parapsicologia, que terá início sexta-feira, na Católica, uma boa oportunidade para quem deseja inteirar-se so­bre o assunto. O endereço para as inscrições é: Livraria Síntese, rua do Riachuelo 202, fone 2214044, ou no próprio Instituto, na rua da Concórdia, 372, salas , 46/47.

No dia 1º de março, em sessão solene da Academia Pernambucana de Ciências no auditório do Bloco B, da Universidade Católica de Pernambuco, dei posse a Amaro Geraldo de Barros, Fernando Antônio Domingos Lins, Gabriel Antônio Duarte Ribeiro, George Chaves Jimenez, Guilherme Montenegro Abath, José Mário Alves Carneiro, Lúcia Maria Lyra Gomes, Rômulo Maciel, Sebastião de Araújo Barreto Campello e Sydia Maria Queiroz de Albuquerque Maranhão.

Meses mais tarde, em 4 de outubro e 8 de novembro, no auditório do Centro de Teologia e Ciências Humanas, da Universidade Católica de Pernambuco, dei posse, aos acadêmicos Miguel John Zumaeta Doherty e Silvino Alves da Silva Neto.

 

Representando o IPPP firmei convênio com a Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco visando à execução do Projeto de Atendimento Integrado ao Aluno Paranormal e/ou Superdotado, o qual foi cancelado, meses depois, pelo novo Governo do Estado.

Fiz uma palestra intitulada “aplicações práticas da aptidão paranormal no campo das investigações policiais” no curso de aperfeiçoamento para 122 delegados de polícia, médicos e peritos da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco. E, dias depois, eu e Ivo Cyro Caruso apresentamos um painel sobre técnicas de pesquisa em Parapsicologia, no I Curso de Aperfeiçoamento Técnico Policial – Nível Médio – promovido por aquela Secretaria. Em razão do interesse da polícia civil pelos aspectos práticos da Parapsicologia, eu e Maury Ribeiro da Silva tivemos uma audiência com o então Secretário de Segurança Pública de Pernambuco, General Evilásio Gondim, e firmamos um acordo verbal de cooperação mútua, mediante o qual os casos sugestivos de fenômenos paranormais que fossem comunicados às Delegacias de Polícia do Grande Recife seriam, de logo, encaminhados ao IPPP para as necessárias investigações.

Para formalizar esse acordo de cooperação mútua, apresentei, dias depois, ao Secretário de Segurança Pública do Estado de Pernambuco o Projeto de Investigação e Treinamento em Parapsicologia nas Atividades de Polícia cujos objetivos eram: a) a investigação de casos de “assombrações”, “fantasmas” e outros acontecimentos insólitos do mesmo gênero, que sejam comunicados às Delegacias de Polícia do Estado de Pernambuco; b) a preparação da Polícia Civil de Pernambuco para a utilização adequada dos recursos parapsicológicos na investigação alternativa de crimes misteriosos e na localização do paradeiro de pessoas desaparecidas.

O General Evilásio, entusiasta do Projeto, chegou a enviar circular às Delegacias de Polícia, determinando que “todos os casos de assombrações, fantasmas ou outros semelhantes, fossem investigados por especialistas”. Maury Ribeiro da Silva, representando o IPPP, compareceu a diversas Delegacias de Polícia da Capital a fim de explicar detalhadamente a estratégia de trabalho a ser adotada a partir da assinatura do convênio.

Com o pedido de exoneração do General Evilásio Gondim, o novo Secretário de Segurança Pública, Dr. Almeida Filho assegurou que o projeto do IPPP seria reativado e informou que uma equipe técnica estava estudando a possibilidade do convênio. Infelizmente, essa equipe técnica jamais concluiu seu estudo e o projeto ficou esquecido.

 

 

JORNAL DO COMMERCIO
2 de dezembro de 1987

Retrato falado

Waldomiro Arruda

Parapsicologia e Polícia

Dentro de mais algum tempo, a Polícia Civil de Pernambuco poderá ser a mais pre­parada do Brasil, deixando à margem as Insti­tuições policiais atualmente mais em evidên­cia. Isso, se for cumprida a programação es­tabelecida numa reunião entre o secretário da Segurança Pública, general Evilásio Gondim, o presidente do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, Valter da Rosa Borges, e os parapsicólogos.

Na oportunidade foi firmado um acordo pioneiro no Brasil entre uma Secretaria de Es­tado e uma instituição científica dedicada à investigação parapsicológica. Segundo o acordo, o Instituto introduzirá na estrutura policial do Estado, uma nova modalidade de Investigação, de natureza suplementar e alternativa: a in­vestigação parapsicológica.

Trata-se de um projeto experimental, cuja execução obedecerá as seguintes fases: a) — Curso de Iniciação à Parapsicologia ministrado a policiais indicados pelo secretário da Segurança Pública; b) — Identificação de poli­ciais, mediante triagem através de testes parapsicológicos, possivelmente dotados de aptidões paranormais; c) — Treinamento “dos policiais aprovados nos testes para o desenvolvimento metódico de sua percepção extra-sensorial com a finalidade de utilizar os seus recursos psíquicos nas investigações de crimes misteriosos e na descoberta do paradeiro de pessoas desaparecidas

Resta agora esperar que a equipe de parapsicólogos descubra paranormais na Polícia de Pernambuco, e que estes, devidamente treinados, possam prestar serviços relevantes à sociedade de nosso Estado.

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Recife, de 25 de janeiro de 1987.

Escola  dá  atenção  especial aos alunos superdotados

Os alunos portadores de faculdades paranormais e/ou superdotados, identificados na rede par­ticular e oficial de ensino, vão agora ter dias melhores para aprendizado e convivência escolar. Nesse sentido, a Secreta­ria de Educação e Cul­tura e o Instituto Per­nambucano de Pesquisas Psicobiofísicas acabam de firmar convênio para garantir um atendimento integrado na utilização e desenvolvimento das ca­pacidades humanas ex­traordinárias naquele alunado.
Em muitos casos, o grupo de alunos não é bem compreendido, não só pelos educadores, como também por seus colegas de classe, sendo prejudicado por ideias er­róneas a seu respeito, classificados até de “meio malucos, extrover­tidos”.

O convênio foi firmado ontem, represen­tando o Instituto de Pes­quisas o professor Walter da Rosa Borges e o secre­tário Alexandre Kruse, a Secretaria de Educação. Essa medida permitirá o engajamento, no projeto, de crianças e adolescentes que sejam portadoras de faculdades paranormais ou apresentem excepcionalidades supe­riores.

O objetivo desse con­vênio, único no Brasil e talvez no mundo é facilitar o processo educativo e emocional de alunos paranormais, de modo que possam alcançar o me­lhor desempenho de suas faculdades parapsicológicas e potencialidades su­periores, conforme o caso. Assim, como popu­lação alvo, o projeto pre­tende atingir professores e alunos do 1° e 2° graus pertencentes à rede par­ticular e oficial de ensino no Recife.

Em seus objetivos específicos, pretende o projeto: a) identificar alunos portadores de faculdades paranormais e/ou superdotados; b) avaliar os alunos paranormais e/ou aqueles que apresentam talentos e habilidades excepcionais; c) acompanhar psicologicamente os alunos porta­dores de paranormalidades e/ou excepcionalidades superiores; d) anali­sar com os professores o processo de aprendiza­gem dos alunos diagnosticados, visando à manu­tenção ou reformulação dos procedimentos edu­cacionais; e) discutir com a escola e a família a necessidade de encaminhar o aluno, cujas características paranormais não possam ser atendidas na instituição escolar, a pro­fissionais ou instituições especializadas: f) orien­tar os pais quanto às características paranormais ou excepcionais de seus filhos, levando a melhor desempenho de seus pa­péis familiares; g) final­mente, realizar pesquisas no campo da Parapsicologia e da Psicologia e Edu­cação do superdotado.

 

Em Defesa do Superdotado

Jornal do Commercio, 9 de julho de 1987

Caderno C

Flávia de Gusmão

“Muitos se lembram do “Caso do edifício Paris”, na avenida Cruz Cabugá, onde, no ano passado, sem qualquer explicação aparente, garrafas, frascos de remédios, e outros objetos de vidro pipocavam no ar ou erguiam‑se movidos por uma força invisível e espatifavam‑se de encontro às paredes do apartamento.

Poucos, entretanto souberam do desfecho do acontecimento. A imprensa e os curiosos foram mantidos a uma distância cautelosa pelos zeladores do prédio a pedido dos proprietários do apartamento afetado pelo fenômeno. Na verdade, o episódio que inicialmente tomou conotações sobrenaturais e trouxe no seu rastro exorcizadores, pais do santo, médiuns, padre e pastor evangélico foi resolvido por pesquisadores que descartam o além de tais acontecimentos e a eles se referem como fenômenos originados exclusivamente pela mente humana: os parapsicólogos.

Casos como este são encarados com seriedade científica pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas‑ I.P.P.P ‑ fundado em janeiro de 1973 e declarado de utilidade pública através da Lei Estadual n° 9.714. 0 I.P.P.P. é uma sociedade civil de natureza científica e sem fins lucrativos, que tem por finalidade o estudo e a pesquisa dos fenômenos paranormais, como também a divulgação da Parapsicologia.

Centros de interesse do Instituto, o paranormal e o seu dom são investigados cuidadosamente pelos pesquisadores. A paranormalidade, explica o presidente do I.P.P.P. Valter da Rosa Borges, pressupõe um talento inato para determinada(s) atividade(s) que quando bem orientado e aproveitado pode trazer inúmeros benefícios para o indivíduo e a sociedade de um modo geral.

Pensando dessa forma, foi que o Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas firmou um convênio com a Secretaria de Educação de Pernambuco, ainda no governo anterior, no sentido de proporcionar condições, ao corpo docente da rede estadual de ensino, de identificar os alunos superdotados ou paranormais e, posteriormente, encaminhá‑los a uma orientação mais condizente com a sua característica.

O projeto que chegou a nascer e vingar até a etapa referente a orientação dos professores, no entanto, se encontra estacionado no limbo típico de mudança de governo: a atual Secretaria de Educação, ainda não se posicionou quanto a continuação do curso durante o governo Arraes. Uma proposta também sem resposta, de ampliação deste serviço prestado pelo IPPP foi encaminhada à Secretaria de Trabalho e Ação Social, visando a conscientização da população de baixa renda, via CSUs, quanto a existência de eventual paranormalidade no seio da comunidade. O programa tentaria evitar práticas supersticiosas que poderiam trazer prejuízos, inclusive, à saúde do paranormal.

 

Paranormal ou Superdotado?

 

Uma criança que aprende tudo com uma rapidez impressionante certamente é uma criança muito inteligente. Se ela é superdotada ou não, só testes específicos que medem seu coeficiente de inteligência poderão afirmar com total segurança. Na palavra “aprender” é que reside a diferença básica entre um superdotado e um paranormal. O paranormal não necessita de aprender nada. No seu inconsciente já reside toda a criatividade para, por exemplo, tocar “perfeitamente” um instrumento sem sequer ter aprendido as notas musicais, ou, pintar como um expert na primeira vez em que manuseia pincel e tintas. “É preciso ressaltar que a paranormalidade não é ter jeito para alguma coisa mas executar com perfeição uma atividade nunca antes desempenhada”, destaca Rosa Borges. Por ser uma modalidade de superdotalidade, o paranormal é muito mais raro do que o superdotado propriamente dito. Crianças que parecem adivinhar fatos que realmente acontecem devem ser examinadas mais atentamente por seus mestres, completa o pesquisador.

No caso específico da paranormalidade, a criança deve ser conduzida para encarar seu dom com naturalidade. A histeria e o pavor, principalmente por parte dos pais e familiares só servirá para aumentar o receio que geralmente acompanha estas experiências. Este potencial se não for trabalhado, adverte Rosa Borges, vai-se enferrujando com o tempo e, caso venha a se desenvolver, será feito de forma empírica e não científica.

De uma certa forma, o projeto elaborado pelos pesquisadores do I.P P.P parece desaguar no nada. O reconhecimento e orientação dos paranormais e superdotados é, sem dúvida, um avanço na área educacional. No entanto, a identificação deve ser seguida de instalação da criança superdotada em uma escola especializada, onde ela possa desenvolver em sua plenitude o seu potencial. Escolas deste tipo, explica Borges, requerem um material humano muito especial. Os professores para superdotados devem ter QIs altíssimos para que possam exigir e obter respostas de seus alunos que, por contingência de suas características específicas são crianças com um nível surpreendente de curiosidade, perspicazes ao extremo e que, sem dúvida, encurralariam um docente menos preparado. Na opinião do presidente do I.P.P.P. esta escola deveria funcionar extracurricularmente como complemento dos estabelecimentos normais de ensino, como uma forma de “gastar” o que não foi aproveitado pelas classes convencionais.

Num país onde se luta para dar condições básicas como saúde, educação e moradia à grande parte da população, uma escola que abrigasse gênios ou quase isso, poderia parecer utopia. No entanto, defende Borges, O Estado não pode desprezar um material humano de altíssima qualidade que é constantemente embotado pela falta de escolas adequadas. Estas mentes privilegiadas muitas vezes não estão nem num “corpore sano”, uma vez que este dom ocorre de forma aleatória sem distinção de raça, credo ou condições sociais dificultando, mais uma vez, aos menos favorecidos economicamente, a exploração de um potencial que a natureza lhe deu de graça.

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

Recife, segunda-feira, 6 de abril de 1987.

Paulo Immisch defende regulamentação para os parapsicólogos

A regulamentação profissional do Parapsi­cólogo está sendo defen­dida, na Câmara Munici­pal do Recife, pelo verea­dor Paulo Fernando Immisch, do PMDB, atra­vés de solicitação à ban­cada pernambucana na Câmara e no Senado Fe­deral, para que aprove o anteprojeto nesse sen­tido, que tramita no Con­gresso Nacional, “uma vez que as atribuições dessa ciência fazem fron­teiras com a Física, Bio­logia, Filosofia, Psicolo­gia e outras ciências”.

“Diante da incontestável existência dos seres paranormais, ou seja, do­tados de extraordinária força mental, consciente ou não, como o recente caso de uma adolescente, no Edifício Paris, na Av. Cruz Cabugá, que ele­vava e destruía vidros, inconscientemente, como foi do conhecimento pú­blico, através da Im­prensa, sendo acompa­nhada pelo trabalho do parapsicólogo Valter da Rosa Borges, torna-se plenamente justificável que essa profissão seja reconhecida em nosso País”.

“Nesses e em tantos outros casos, a atuação desses estudiosos abne­gados tem sido de grande valia, nos mais diversos setores da atividade, desde os problemas em família até os ramos do Direito, ajudando a es­clarecer fatos tidos como inexplicáveis e conscientizando os portadores a conviverem com sua personalidade, através de meios adequados ao seu controle conforme estudos publicados pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas.”

“A regulamentação da profissão de parapsicólogo -, reforça Paulo Immisch – será um justo reconhecimento dessa ciência no Brasil, oficialmente nascida no Congresso Internacional de Ciências Psíquicas, realizado na Holanda, em 1953, e que através dE anos de pesquisas, cada vez mais, adquiriu novos conhecimentos, na transformação do inconsciente em conhecimento científico, já que a paranormalidade é um fenômeno extraordinário da natureza humana e não de dimensão transcendental ou es­piritual”. “Sabemos que a Psicologia, regulamentará há anos no Brasil, é irmã gêmea da parapsicologia. Ambas empenhadas na compreensão do psiquismo humano, diferindo unicamente no seu campo de pesquisa e metodologia, já que a primeira atende os psiquicamente sadios e a outra trata dos fenômenos in­sólitos desempenhados pelo homem.

 

Nascimento do meu neto Ulisses.

Rolar para cima