1991

Escrevi uma conferência “Um Modelo Geral para a Parapsicologia” para apresentar no I Congresso Mundial & VII Congresso Brasileiro de Parapsicologia & Psicotrônica, no Rio de Janeiro em 1991, mas que, infelizmente, não se realizou. Publiquei-a no meu livro A MENTE MÁGICA, 2015.

 

Conferência sobre as relações entre o Direito e a Parapsicologia, no dia 2 de maio, na Escola Superior da Magistratura.

 

Palestra sobre Parapsicologia no Rotary Club do Recife Frei Caneca em 15 de abril.

 

Participação no Seminário sobre “O Município e o Meio Ambiente na Constituição Federal de 1988”, promovido pelo Centro de Estudos Jurídicos Municipais, da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Prefeitura Municipal do Recife, no dia 15 de outubro.

 

Em 18 de fevereiro, encontro com Krippner e membros do Institute of Noetic Sciences, no Hotel Casa Grande e Senzala, em Boa Viagem.

 

Participei, como debatedor, no IX Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado em 5 de outubro de 1991, no auditório do SENAC nas Mesas Redondas: a) Usos, Abusos e Superstições na Mediunidade e na Paranormalidade juntamente com Erivam Félix Vieira, Luiz Carlos O. Diniz e Fernando Antônio Domingos Lins; b) Parapsicologia e Espiritismo: Tentativas de Explicações para o Fantástico, juntamente com Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Severino Barbosa.

Fui procurado por psicólogos da Casa de Saúde Reis Magos, para investigar um possível fenômeno de poltergeist apresentado por uma paciente daquela instituição. Relatado o caso, orientei aqueles profissionais sobre o procedimento a ser adotado em relação à paciente. Com a solução do caso e, a convite da direção da Casa de Saúde Reis Magos, fiz palestra sobre “poltergeist” para médicos, psicólogos, psiquiatras e estudantes da área da saúde da instituição.

 

Participei, com Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins, da Comissão Examinadora que aprovou as monografias de José Roberto de Melo e Isa Wanessa Rocha Lima para o Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia do IPPP.

Representei o Ministério Público de Pernambuco no I Encontro Nacional do Ministério Público – ECO-92. Goiânia, Capital do Estado e Goiás.

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

10 de março de 1991.

 

Técnico dos EUA vê no Recife alto nível em pesquisa do paranormal

 

Nas duas visitas ao Brasil (novembro de 1990 e fevereiro de 1991), o pesquisador Stanley Krippner, um dos mais famosos parapsicólogos do mundo, manteve com parapsicólogos brasileiros e instituições congêneres para início de intercâmbio científico no campo das investigações da paranormalidade. Liderando uma equipe do Institute of Noetic Sciences, da Califórnia, fundado pelo astronauta Edgar D. Mitchell, Krippner visitou as cidades de Manaus, Belém, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, tomando conhecimento das atividades da Associação Brasileira de Parapsicologia – Abrap -, da Federação Brasileira de Parapsicologia – Febrap, do Instituto de Parapsicologia do Rio de Janeiro – I.P.R.J. e do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas – I.P.P.P., e permutando informações e experiências com os parapsicólogos Mário Amaral Machado, Geraldo dos Santos Sarti, Hernani Guimarães Andrade, Valter da Rosa Borges, Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas, entre outros.

Stanley Krippner, em carta aberta aos interessados na pesquisa paranormal, manifestou o seu entusiasmo pelo desenvolvimento da Parapsicologia no Brasil, cujo plano de organização, em sentido federativo sem imposição centralizadora, não encontra similar em qualquer outro país do mundo. Elogiou as investigações e os trabalhos teóricos dos parapsicólogos brasileiros, considerando-os do “mais alto nível, porém lamentando que inexistem revistas especializadas e recursos financeiros para respaldar as atividades científicas no campo da paranormalidade brasileira.

No Recife, Krippner manteve dois importantes encontros com a esquipe do I.P.P.P., liderada por Valter da Rosa Borges e Ivo Cyro Caruso e se disse bastante impressionado com o alto nível das atividades científicas da instituição. Especialmente se interessou pelo modelo teórico desenvolvido pelo I.P.P.P. e pela técnica adotada nas investigações dos fenômenos de “poltergeist”. E ficou surpreso ao tomar conhecimento de que a Constituição do Estado de Pernambuco reconheceu que a pessoa dotada de aptidões paranormais tem o direito de receber assistência social do Estado e dos Municípios, o que se constitui fato inédito nas legislações de outros países.

O pesquisador lamentou que o I.P.P.P. não disponha dos recursos necessários para as suas investigações científicas e se prontificou a prestar ajuda a instituição, mediante um intercâmbio de informações e publicações, solicitando que os parapsicólogos Valter da Rosa Borges E Ivo Cyro Caruso enviassem seus trabalhos em inglês para publicação em revistas internacionais de Parapsicologia. Para Krippner, a Parapsicologia em Pernambuco alcançou um alto nível de competência científica, merecendo, portanto, ser conhecida no Exterior, principalmente nos países mais avançados da pesquisa da paranormalidade. Não há dúvida, disse ele, que o Brasil oferece amplas oportunidades para a investigação parapsicológica. Resta somente que sejam obtidos os recursos para as instituições de Parapsicologia do Brasil e elas, por certo, cumprirão, com competência, o seu papel.

 

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

28 de julho de 1991

 

FANTASMA, UMA REALIDADE PARA QUESTÃO JURÍDICA.

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

 

Se a ciência não admite a existência de fantasmas a Justiça admite. E até enquadra-os nos rigores da lei. Para quem ficou espantado com a decisão da justiça norte-americana de decretar, ofi­cialmente, uma casa como “mal-assombrada” em Nova Iorque, segundo informações de agências de notícias in­ternacionais publicadas no DIARIO DE PERNAMBUCO do último domingo, o promotor de Justiça e parapsicólogo Valter Rosa Borges explica “que há fe­nômenos paranormais jurígenos, ou seja, que são capazes de gerar direitos e obri­gações”. Foi este, justamente, o caso de Nova Iorque, onde a Justiça anulou um contrato de compra e venda de uma casa por reconhecê-la mal-assombrada”.

“É um exemplo da relação existente entra a parapsicologia e o Direito”, en­sina Borges.
Ele acredita que o juiz norte-americano baseou-se em algum tipo de perícia realizada por um parapsicólogo, “pois só esse tipo de profissional, e ne­nhum outro, tem competência para afir­mar se um determinado fenômeno é ou não de natureza paranormal. Somente o parapsicólogo pode, em Juízo, servir de perito para emitir parecer e apresentar laudos periciais, assim como de reali­zar diligências para investigação de fe­nômenos aparentemente paranormais a fim de decidir sobre a sua autentici­dade”.

Entende Valter Rosa Borges que “de nada valem opiniões de policiais, padres, pastores, espíritas, umbandistas, ocultistas e outros leigos curiosos que apenas servem para confundir o pú­blico, fazendo-o acreditar que se trata de coisas do outro mundo, produzidas por demônios, espíritos malignos, exus e ou­tros seres sobrenaturais”.

Contudo, ele pondera: “Creio que, com a sua decisão, a Justiça norte-americana não reconheceu a existência de fantasmas como espíritos dos mortos, pois não sendo a sobrevivência post mortem objeto do Direito, este é incompe­tente para julgar a matéria. Ou seja: o Direito não pode decidir sobre a existên­cia ou não de espíritos e se esses, casos existam, possam ou não atuar em nosso mundo e, se atuando, sejam os fenôme­nos por eles produzidos suscetíveis de gerar consequências jurídicas”.

Explica o parapsicólogo que a Jus­tiça de Nova Iorque deve ter reconhecido a “realidade de um fenômeno paranor­mal denominado ‘haunting’ ou assombra­ção ou, ainda, casa mal-assombrada, o qual, por suas características de mani­festação, torna insuportável a vida dos moradores do imóvel”.

Completa dizendo que “à luz do nosso Direito Civil, este seria um caso sui generis de vício redibitório por tornar a coisa adquirida imprestável para seu uso. Afinal, quem pode morar em paz numa casa mal-assombrada? Em sã consciência, ninguém adquiriria um imóvel com esse tipo de problema”.

 

DIÁRIO DE PERNAMBUCO

24 de novembro de 1991.

 

CIÊNCIA & TECNOLOGIA

 

Rosa Borges: “Em épocas de crise, pessoas angustiadas podem ser “presas fáceis” dos falsos parapsicólogos”

Em épocas de crise, pessoas atordoadas procuram respostas para suas induções e angústias. Tudo isso é muito natural. Porém, o parapsicólo­go Valter da Rosa Borges adverte: cuidado com os charlatões. Rosa Bor­ges, fundador do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, denuncia que, em tais circunstâncias, os indivíduos podem ser transformados em “presas fáceis” dos enganadores, que fazem questão de mostrarem-se eficientes no campo espiritual, levando homens e mulheres a acreditarem em ideias mirabolantes. A Parapsicologia, no Brasil. Como a análise da paranormalidade vem sendo feita, aqui, no Estado de Pernambuco. Casos interessantes, acontecimentos inexplicáveis e extraordinários, presenciados e, neste M&M, relatados pelo especialista com exclusividade.

Moema Luna

 

Em épocas de crise, principalmente quando os valores sociais e espirituais são questionados, produzindo perplexidade e desorientação espiritual, as pessoas atordoadas procuram respostas, geralmente fantasiosas, para as suas indagações e angústias. Essa observação foi feita pelo parapsicólogo Valter da Rosa Borges, fundador do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas. O especialista denuncia que, nestas circunstâncias, os indivíduos tornam-se “vítimas fáceis” dos charlatões, os quais, se fazendo passar por autoridades no campo científico e/ou espiritual, levam-nos a acreditar em ideias mirabolantes, utilizando-se, para isso, de propaganda enganosa, através dos mais variados veículos de informação.

Valter da Rosa Borges acrescenta, ainda, que “infelizmente no Brasil, a Parapsicologia tem sido prejudicada pela ação perniciosa destes vigaristas, os quais, se fazendo passar por parapsicólogos, iludem pessoas desprevenidas, fornecendo informações falaciosas sobre fenômenos paranormais e também sobre técnicas, sempre ilusórias, de desenvolvimento de poderes psíquicos.”

Extraordinário – “Qualquer pessoa está sujeita a passar por experiências parapsicológicas, mas é preciso aprender a perceber além das palavras e dos gestos.” Com esse argumento, o parapsicólogo Valter da Rosa Borges procura esclarecer os mais incautos de que a maioria dos fenômenos atribuído às manifestações do “além” são fatos da própria natureza humana e não existe nada de extraordinário, ou mágico, nesse campo. Entretanto, segundo o parapsicólogo, são raras as pessoas em quem a paranormalidade se manifesta de forma ostensiva, com significativa frequência.

Um dos fenômenos mais comuns e a telepatia, capaz de desnudar as máscaras cotidianas que resguardam a individuali­dade. “Só a percepção extrassensorial, especificamente a telepatia, pode atravessar a más­cara dos outros e encontrar a sua verdadeira face. A expe­riência telepática é uma forma de comunicação direta entre in­divíduos. Neste nível de relação humana, as nossas mentes for­mam uma unidade temporária, uma espécie de condomínio psí­quico, onde a telepatia é a lin­guagem desse diálogo silencio­so”, explica.

Valter da Rosa Borges afirma que não há nada separa­do da natureza, muito menos a individualidade, que define co­mo “centro dinâmico de múlti­plas operações e relações”. “Aprendemos que somos ape­nas nós mesmos. Mas não nos ensinaram que podemos ser também os outros, pensar com os outros e sentir com os ou­tros, numa coparticipação exis­tencial que chega quase à identi­ficação”, enfatiza. Esse proces­so é semelhante às práticas zen-budistas, onde o estágio mais elevado do autoconhecimento é a anulação do Eu.

O parapsicólogo participa desse processo, através de orientação, para que as pessoas possam conviver produtivamen­te com a sua aptidão paranormal e obter benefícios para si mes­mos, até para os outros, Valter da Rosa Borges afirma que a orientação é individual, “pois irá depender das características de cada personalidade”, diz ele.

 

Pós-Graduação — O IPPP oferece cursos básicos de Pa­rapsicologia, níveis I e II, com a finalidade de orientar o públi­co leigo. Segundo o pesquisa­dor, a Parapsicologia “é uma ciência de extensa interdisciplinaridade”. Tem por objeto a investigação das aptidões incomuns da mente humana. Além desses cursos básicos, o Institu­to oferece uma pós-graduação, com especialização em Parapsi­cologia, que começou a ser mi­nistrada em 1988.

Pessoas com titulação aca­dêmica em qualquer área do conhecimento humano, pode matricular-se no curso, bastan­do, para isso, fazer a fase pre­paratória, A iniciativa visa for­mar uma comunidade científica de parapsicólogos.

O especialista salienta que o IPPP é a única sociedade de Parapsicologia com natureza científica, no Nordeste, É conhecido nos âmbitos nacional e internacional. Nas duas visitas que fez ao Recife (novembro de 1990 e fevereiro de 1991), o renomado parapsicólogo norte- americano Stanley Krippner fez referências elogiosas, con­fessando estar na época, im­pressionado com o alto nível de estudos e pesquisas desenvolvi­das pela Instituição pernambu­cana.

O IPPP, localizado na Rua da União, 557. 4° andar, con­junto 402. é uma entidade sem fins lucrativos, declarada de uti­lidades pública estadual (lei n° 9,714/85) e municipal (lei n° 14,840/86). Uma equipe, com­posta por parapsicólogos e psi­cólogos do Instituto, presta ser­viços de orientações e aconse­lhamento, mediante consulta previamente marcada, para pes­soas que estejam passando por experiências “estranhas”, pos­sivelmente de natureza paranormal.

Casos — De 1973, ano de sua fundação, até 1990, o Instituto investigou 149 casos de paranormalidade. Um desses trabalhos foi o “poltergeist” do edifí­cio Paris, O parapsicólogo con­ta que “o fenômeno começou em dezembro de 1985 e a famí­lia, apavorada, procurou, su­cessivamente, a ajuda de um padre, um pastor protestante, um médium espírita e uma mãe de santo, sem que o caso tivesse solução, A então presidente do Sindicato dos Médicos de Per­nambuco, Léa Correia, convi­dou o especialista e sua esposa, Selma da Rosa Borges, psicólo­ga e parapsicóloga, para reali­zar a investigação. O agente causador do poltergeist era uma menina de 11 anos, empregada doméstica e com problemas emocionais. Após a orientação dada à família a respeito da natureza do fenômeno e as pro­vidências a serem adotadas, o fenômeno desapareceu, em me­nos de três dias.

“Recentemente — acres­centa — a Casa de Saúde Reis Magos, constituída por psicólo­gos e psiquiatras, solicitou os serviços do IPPP para atender uma paciente que apresentava fenômenos de poltergeist. O ca­so foi rapidamente solucionado. Isto levou a direção da clínica a convidar-nos para proferir uma palestra sobre o assunto para os profissionais e estagiários da­quela casa, tendo como resulta­do, valiosa troca de informações e experiências no campo do psiquismo humano”.

Por mais incrível que seja a experiência, levitação, clarivi­dência, telepatia, psicometria, precognição, psicocinese, pro­jeção da consciência ou mesmo o poltergeist, tudo é muito natu­ral e simples à luz da Parapsico­logia. O que acontece, na ver­dade, é que o homem se distan­ciou de seus radares extrassensoriais, envidando todos os es­forços na conquista do mundo.

 

Viagem, passeio, a Natal, Rio Grande do Norte.

 

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