1995

JORNAL DO COMMERCIO.

1° de julho de 1995

 

Médium pode ser indiciado por crime de charlatanismo

 

Assis não tem registro no Cremepe, o que agrava sua situação

 

O delegado de Olinda, Paulo Fer­nando Barbosa, iniciou ontem as investigações sobre as ativi­dades do médium André Assis, que diz incorporar o espírito do médi­co alemão Adolph Fritz. Segundo Pau­lo, o médium pode ser indiciado por crime de charlatanismo e curandeirismo. O delegado informou que ainda não recebeu o oficio do Conselho Re­gional de Medicina (Cremepe) solicitan­do que a atividade de Assis seja apura­da, já que não possui registro co­mo médico.

“É uma ação pública e é dever da autoridade policial investigar. Isso inde­pende de uma representação do Creme­pe. Se ele está operando sem ser médi­co, não tem habilitação para isso”, dis­se o delegado. Ele ressaltou que, caso seja enviado alguma oficio pelo Conse­lho ou por alguma vítima do médium, a investigação será reforçada. “Vai aju­dar a instruir o processo”, ressaltou.

Além da polícia, a Secretaria de Sa­úde do Estado também está envolvi­da no caso e poderá fechar a casa de André Assis, na Rua do Farol, 201. Desde 1991, quando morreu o médico Edson Queiroz, Assis diz incorporar o dr. Fritz.

O local deverá ser inspecionado pelo Departamento de Vigilância Sanitária da secretaria para verificar os procedimentos do médium que atende a cerca de 300 pessoas por semana, realizando operações na maioria delas com introdução de agulhas hipodérmicas descartáveis nos corpos dos doentes.

 

Parapsicólogo é contra o trabalho que André de Assis está desenvolvendo

 

O parapsicólogo Valter Rosa Bor­ges afirmou ontem ser contra o traba­lho realizado pelo médium André As­sis, que diz incorporar o espírito do dr. Fritz. Valter é estudioso da paranormalidade há 42 anos, foi o fundador do Instituto Pernam­bucano de Psicobiofísica e também produ­ziu por 13 anos o pro­grama “O Grande Jú­ri”, da TV Universitá­ria, onde eram debatidos ciência, filosofia e religião.

 

ARGUMENTO — “Por não ser médico, André Assis não tem condições de re­alizar cirurgias”, disse. O parapsicólo­go destacou, ainda, que o fenômeno da cura não é de paranormalidade. “Pa­ra isso, ele não precisaria de um meio físico”.

Valter Rosa Borges acredita que a ausência de dor e o pequeno sangramento verificados durante as operações resulta de hipnose. “Isso prejudica a doutrina espirita”, alerta o especialista.

Para comprovação do fenômeno da cura dos pacientes seria necessário que eles fossem examinados por um médico e só depois passassem pelo tratamento do médium. “Em seguida, o médico deveria acompanhar o caso por seis meses para verificar se houve cura. Mas isso não está sendo feito e pode pôr em risco a vida daqueles que recorrem a este tipo tratamento”, adverte.

 

TECNOLOGIA NO NORDESTE.

Recife, Ano III – Nº 21 Agosto 1995

 

EIS AS QUATRO REALIDADES DESCOBERTAS POR VALTER DA ROSA BORGES

Quase 30 anos de pesquisas parapsicológicas levaram o promotor aposentado e parapsicólogo Valter da Rosa Borges à conclusão: o ser humano transita, ao longo de sua existência, por quatro níveis de realidades. São elas: realidades científica, religiosa, social e transcendental. Cada uma dessas realidades, acredita Borges, tem suas vertentes e ramificações. Com a sua conhecida – e às vezes temida – implacabilidade de pesquisador, ele realizou uma profunda anatomia dessas realidades e as está revelando num livro, já em fase de conclusão. Em entrevista à jornalista Cláudia Lima, abordou alguns tópicos da sua concepção sobre as realidades.

 

COMO A REALIDADE PODE SER DIVIDIDA EM QUATRO

 

Ao explicar o livro que está escrevendo, Valter da Rosa Borges faz a seguinte defi­nição: ” Não é um livro científico, não é um livro de filosofia, não é um livro religioso. É uma proposta unificada em que eu não trato a re­alidade como se ela fosse uma coisa apenas física. Então, faço abordagens do ponto de vista da ciên­cia, da religião, do social e do transcendental.” Ele justifica essa forma de abordagem múltipla, dizen­do, por exemplo, que a “religião não trata da rea­lidade.” E cada um dos níveis do seu esquema bási­co de divisão tem subdivisões. Assim, a abordagem da realidade sob o ângulo social tem a antropolo­gia, a sociologia, o Direito. Já a realidade psíquica tem a psicologia, a psiquiatria, a parapsicologia. “O ser humano vive nessa realidade trina: simulta­neamente em três realidades – a biológica, a social e a psíquica. E, além disso, temos outra realidade, a que chamo de transcendental, onde estão a filo­sofia e a religião. Sendo que a realidade transcen­dental interage com a realidade psíquica, forman­do assim uma outra unidade, mais especulativa. Hoje, já há alguns cientistas preocupados com o transcendental. ” Rosa Borges considera o psíqui­co e o transcendental imbrincados, porque o uni­verso físico interage com o não físico.

Para Rosa Borges, essa divisão da realidade não é propriamente uma novidade. “Espinoza já falava nisso”, lembra. O tema, no seu julgamento, passa a tornar-se mais explícito, hoje, “com a integra­ção dos saberes.” Dentro desse nível, enfatiza, es­tão subjacentes velhas questões. Como a do bem e do mal, do determinismo, do sofrimento e da felicidade. “São, enfim, os eternos temas do ser humano”, resume.

Retomando uma abordagem budista da vida, Borges diz que acima de tudo está o problema do sofrimento – e, consequentemente, da dor – tão básico para o ato de existir.

O tema tem perseguido Borges por toda sua trajetória de pesquisador. Mais dedicado ainda às pesquisas, agora, ele está na disposição de concluir o livro ainda neste ano. Só teme discordar de tudo quando o trabalho já estiver publicado.

 

ENTENDA O MECANISMO DE INTERAÇÃO DAS REALIDADES

 

Valter da Rosa Borges explica a forma como as realidades se inter-relacionam, segundo sua proposta, da seguinte maneira:” Existem quatro realidades básicas, mas nós vivemos simultaneamente três. O animal humano é um ser biológico, mas também é um ser social. Por sua vez, esse social já influi no ser biológico – a cultura afeta os padrões de comportamento do ser humano, a própria fisiologia. Além disso, como ser biológico é também um ser psíquico, de sua parte igualmente sujeito aos padrões culturais, portanto ao meio social. Mais: o ser psíquico é afetado por suas disposições orgânicas – se está bem fisicamente, tem um tipo de postura psíquica; se está mal tem outro. Como, em contrapartida, os seus distúrbios emocionais alteram a estrutura orgânica e o comportamento fisiológico. Então, nós vivemos simultaneamente cm três universos. Mas tem ainda a mente. E aí é onde está o grande problema. O que é a mente? Onde está a mente? Qualquer um pode mostrar o cérebro. Mas e a mente? Cada pessoa é ensinada a perceber pela cultura. Contudo, para começar a perceber as coisas de uma maneira diferente, tem de superar a cultura, livro, portanto, ainda está nessa fase. Corto aqui, acrescento lá. Por exemplo: há o problema tempo/espaço. Eu o incluo onde? Na realidade física? Só que existem vários tipos de tempo. Há tempo físico, o fenomenológico; e há o tempo psicológico, independente do tempo físico. Todas essas abordagens vão se sedimentando: através de leituras, experiências, reflexões. Não sei se é o produto final de tudo o que fiz até hoje.”

 

Lançamento do livro “A Realidade Múltipla”, no dia 13 de dezembro, na Livro 7.

No XIII Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado no Hotel Palace Lucsim, de 10 a 11 de novembro, proferi palestra intitulada “A Parapsicologia e suas Relações com o Direito”, publicada no meu livro A MENTE MÁGICA – 2015.

Depois de 22 anos na direção do IPPP, confiei essa missão aos demais membros da instituição, iniciando-se com Ronaldo Dantas Lins na presidência.

Encontro com Stanley Krippner.

Membro pleno da Parapsychological Association.

 

Preocupado com o marasmo da Academia Pernambucana de Ciências, resolvi revitalizar a instituição e discuti o assunto com os acadêmicos que consegui localizar. Para isso, a minha primeira providência foi convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para a reforma dos Estatutos da Academia, visando facilitar as atividades da instituição e agilizar seu crescimento.

A maioria resolveu apoiar a iniciativa e, assim, convoquei uma Assembleia Geral Extraordinária que se realizou no dia 6 de janeiro, na nova sede do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, à rua dom Pedro Henrique, 221, segundo andar, bairro da Boa Vista. Após demorada discussão sobre os rumos da instituição, os acadêmicos presentes decidiram eleger, por aclamação, uma nova Diretoria com a árdua missão de soerguer a Academia. Essa nova Diretoria ficou assim constituída: Presidente: Valter Rodrigues da Rosa Borges; 1º Vice-Presidente – Waldênio Porto; 2º Vice-Presidente – Waldecy Fernandes Pinto; Secretário Geral – Ivo Cyro Caruso; 1º Secretário – Aroldo Alves de Melo; 2º Secretário – Geraldo Pereira de Arruda; Tesoureiro – Geraldo Machado Fonseca Lima. Para o Conselho Fiscal, na qualidade de efetivos, foram eleitos Reinaldo de Oliveira, Leonardo Sampaio e Nédio Cavalcanti de Lima, e, de suplentes, Armando Souto Maior, Luiz Gonzaga Lyra e Nicolino Limongi.

 

Era preciso retomar, urgentemente, o crescimento da instituição e recuperar o tempo perdido.  Para isso, a minha primeira providência foi convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para a reforma dos Estatutos da Academia, visando facilitar as atividades da instituição e agilizar seu crescimento.

Entre as modificações aprovadas, uma das mais importantes foi tornar ilimitado o número de associados, até então fixado em 90 membros. As sessões culturais da Academia passaram a ser realizadas mensalmente, no Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas e me empenhei em reativar o ideal dos acadêmicos ainda debilitado pelo período de recessão.

 

Prefacio o livro “Curas por Meios Paranormais. Realidade ou Fantasia?”, de Ronaldo Dantas Lins. POR MEIOS PARANORMAIS. REALIDADE OU FANTASIA.

 

Viagem, a passeio, para o Sul do Brasil e Argentina.

 

 

 

 

Rolar para cima