Palestra “Aparição e Personificação Objetiva” no XIV Simpósio Pernambucano de Parapsicologia, realizado no auditório do Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Pernambuco, no dia 9 de novembro.
No Anuário Brasileiro de Parapsicologia, publiquei o artigo Memória extracerebral: uma modalidade complexa de personificação subjetiva.
Palestra sobre Parapsicologia na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (FACHO), no dia 22 de novembro.
Palestra no Seminário – Parapsicologia, uma Nova Visão da Realidade – no Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco, em 25 de novembro.
Ministrei um Curso de Extensão em Parapsicologia, que o IPPP promoveu, na Universidade Federal de Pernambuco de 23 a 26 de setembro, e participei de um Seminário de Parapsicologia nos dias 25 e 26 de novembro, no Centro de Ciências Biológicas daquela instituição.
Participei do Primer Encuentro Iberoamericano de Parapsicologia, em Buenos Aires, de 13 a 19 de novembro, com a conferência “Memória extracerebral”. Publiquei-a no meu livro A MENTE MÁGICA – 2015. Deste encontro, além de mim, participaram, como conferencistas, Ivo Cyro Caruso, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Jalmir Brelaz de Castro. Além dos conferencistas, a comitiva do I.P.P.P. foi integrada pelos parapsicólogos Selma Maria Duarte da Rosa Borges, Terezinha Acioli Lins de Lima, Júlia da Silva Caruso, Isa Wanessa Rocha Lima, Maria Salete do Rêgo Barros Melo, José Roberto de Melo e Leonardo Lessa, e os concluintes do Curso de Pós-Graduação em Parapsicologia, Amaro Geraldo de Barros, Lígia Monteiro, José Fernando Pereira da Silva e José Eldon Barros de Alencar.
Participei, com Ivo Cyro Caruso e Ronaldo Dantas Lins, da Banca Examinadora que aprovou a monografia de Maria Salete Rego Barros Melo para o Curso de Pós-graduação em Parapsicologia do IPPP.
Lançamento do livro “O Ser, o Agora, o Sempre”, na Livro 7.
A Comissão Julgadora do “Prêmio Lyra e César de Poesia, da Academia Pernambucana de Letras, versão 1995, em seu parecer sobre esse livro assinala que ele se caracteriza “por um alto nível de conteúdo e beleza em forma, contenção e síntese admiráveis” e que o seu autor revela possuir “espírito culto, profundo e de grande lucidez”.
ENCONTRO COM OS IMORTAIS
Valter da Rosa Borges
Investido da prerrogativa de agradecer, em nome dos laureados com os prêmios de literatura de 1995, à Academia Pernambucana de Letras, assim como aos patrocinadores dos concursos, sinto-me, ao mesmo tempo, honrado e emocionado por esta designação.
Embora avesso, por formação, às filigranas da retórica e ao tom formal do discurso pertinente em tais solenidades, prometo, em preliminar, brevidade e concisão no exercício do agradecimento.
Não militante, porém observador atento das lides literárias do nosso Estado, não poderia deixar de registrar, nesta oportunidade, o papel histórico e de inegável liderança da Academia Pernambucana de Letras na condução da vida intelectual de Pernambuco, numa invejável demonstração de coerência programática, consubstanciada no zelo de seus postulados tradicionais. Esta longeva e sólida fidelidade dos valores culturais que completa 95 anos de idade é o atestado de vitalidade de uma instituição que soube, com invejável pertinácia, preservar-se, sempre incólume, das insídias e perfídias do tempo.
Não se pode fugir ao truísmo denunciatório de uma sociedade em acelerada transição que mais se assemelha, notadamente no ocidente, ao processo entrópico de uma civilização em rumo equivocado, embevecida, no entanto, pelo brilho hipnótico das lantejoulas tecnológicas. A bem da verdade, de tanto cotejar a filosofia consumista, na orgia aquisitiva de bens e de valores transitórios, o homem perdeu o seu próprio endereço existencial, acometido de colapso amnésico de sua identidade transcendental.
Se, de um lado, o progresso científico e as comodidades tecnológicas aceleram, cada vez mais, o processo de irreversível planetarização, denominado por McLuhan de “aldeia global”, numa interação perigosamente homogeneizante das culturas mais díspares, por outro lado o espírito humano vem sofrendo um persistente abastardamento de seu ideário humanístico pelas facécias e falácias da mídia enlouquecida, na promoção da vulgaridade, do deboche, do estímulo à criminalidade, onde o filão do escândalo constitui a ratio essendi do marronismo jornalístico.
Preservar-se incólume do contágio mediocrizante como cidadela inexpugnável do sanitarismo cultural é uma virtude apenas encontrável em veneráveis instituições – entre as quais se destaca a Academia Pernambucana de Letras – cuja missão consiste na custódia dos valores excelsos do espírito humano.
A literatura não é uma atividade lúdica ou passatempo diletante, mas o exercício da criatividade comprometida com a dinâmica existencial. Não é apenas imitação, mas simulação das complexidades subjetivas afetando as relações sociais. Imitação é a replicação de situações preexistentes e, em tais circunstâncias, se diz que a arte imita a vida. Simulação é a experimentação de possibilidades tal como ocorre nos jogos de computação, e, neste caso, se espera que a vida imite a arte. O escritor, sob esta óptica, é o cientista empírico do que é e também do que pode ser, lidando, por conseguinte, não só com a realidade fática, mas ainda com a realidade virtual. O escritor é o seu próprio laboratório, pois ele é a matéria-prima de onde se extraem as complexidades da natureza humana. E as academias literárias constituem o referencial físico do reconhecimento comunitário de seu trabalho, simbolicamente representado no convívio de seus pares. O escritor é uma espécie de médium do milenar espírito humano, em todos os tempos e em todos os lugares. Por isso, há romances e poesias que são oráculos, extraídos das fendas do tempo, onde se assenta a trípode pitônica da criatividade estética.
Cuido, porém, que conquanto no convívio de imortais, urge estar atento às solicitações inadiáveis do temporal, o que me leva à compulsão do término da oratória. Reitero em meu nome e em nome dos demais laureados o nosso agradecimento à Academia Pernambucana de Letras pela premiação dos nossos trabalhos e aos patrocinadores dos concursos pelo apoio material do evento, na esperança de que a atividade intelectual se transforme na alavanca arquimediana capaz de mover, mas, principalmente, de direcionar o mundo para um futuro promissor.
DIÁRIO DE PERNAMBUCO
15 de abril de 1996
Ciência e lirismo
Parapsicólogo lança hoje seu segundo livro de poemas
Jacques Cerqueira
Subeditor do Viver
Quarenta e dois anos depois de ter publicado seu primeiro livro de poesias – Os Brinquedos – o parapsicólogo Válter da Rosa Borges ressurge como poeta. Às 17h de hoje, lança seu segundo livro de poemas no Espaço Cultural Livro 7 – O Ser, o Agora, o Sempre, que ganhou o prêmio Lyra e César, da Academia Pernambucana de Letras, ano passado. Diferentes das suas poesias de quatro décadas atrás, marcadas pelo lirismo de influência parnasiana, as poesias do novo livro ganham linguagem telegráfica, quase hai-kais, mas misturando elementos da Mitologia grega, religiosa e até científicos.
“Para ler Os Brinquedos, hoje, eu devo me transportar até 1954. Mesmo assim, eu sancionaria alguns poemas da fase lírica, mas que já carregavam em si toda preocupação filosófica”, argumenta Rosa Borges. Numa análise cuidadosa das suas poesias de hoje, admite que algumas “cheiram a hai-kai”, mas só no sentido sintético e não formal. Para se ter uma ideia do que o autor quer dizer, basta ler Crepúsculo -“É nostálgico o crepúsculo/de quem não soube ser Sol/ao meio-dia”.
Neste segundo livro de poesias, Rosa Borges se descobre “poeta conteudista, com a síntese do pensamento”. De um jeito que lembra até Fernando Pessoa. “O poeta português tinha a mesma preocupação com essa forma”, compara. No intervalo de 42 anos entre seus dois livros de poesia o parapsicólogo publicou cinco livros científicos dentro de sua área. Ao longo de todo esse tempo, foi dando novas estruturas a alguns dos poemas “cometidos bissextamente”. Mais sintéticas e marcadas pela emoção estética. Mitologia – Apegado à métrica, escreve sempre em decassílabos ou redondilhas. Nada absolutamente solto. “Nunca consegui me libertar da métrica’, revela. Na sua avaliação, “a Mitologia é muito forte na vida humana; faz parte dos arquétipos comportamentais”. Por isso, talvez, suas poesias estejam povoadas de figuras mitológicas como Prometeu e Caronte.
Deus, Céu, Morte e Vida também estão sempre presentes nos poemas de Rosa Borges. Com muita razão. O poeta vagou e divagou por várias religiões. “Comecei pelo Catolicismo e fui espírita muitos anos, até descobrir que o movimento de Allan Kardec estacionou no século XIX”, argumenta. Hoje, se define como um místico, um livre pensador, “aquele homem que é livre de suas próprias ideias”.
Em “Iluminação”, escreve: “Quando penso que sou eu/Esqueço-me de que sou Deus/Mas, quando me acordo Deus/descubro que nunca fui”. Esse jogo de palavras é uma constante no trabalho de Rosa Borges. “Isso é minha criatividade pessoal, coisa que ninguém ensina”, teoriza. Ao contrário de outros poetas, que costumam estimular condições facilitadoras, como parte do processo criativo, o parapsicólogo-poeta deixa tudo acontecer. Naturalmente. “Às vezes, estou lendo um livro que não tem nada a ver com nada e, de repente, surge uma poesia”, conta.
Padrinho – No livro O Ser, o Agora, o Sempre – editado pela Associação de Parapsicólogos de Pernambuco/Novo Tempo – Rosa Borges dispensa “orelhas”, apresentação, prefácio, homenagens. “Não vejo por que ter padrinhos de livros. Para que servem padrinhos? A poesia não precisa disso”, argumenta. Bastou o parecer da Comissão Julgadora da Academia Pernambucana de Letras, que lhe concedeu o Prémio Lyra e César: “Este livro se caracteriza por um alto nível de conteúdo e beleza em forma, contenção e síntese admiráveis, no qual o autor revela possuir espírito culto, profundo e de grande lucidez”.
Para chegar à premiação, Rosa Borges foi estimulado pelo acadêmico Amílcar Dória Matos a concorrer com os originais inéditos dos 95 poemas, que acabaram distribuídos pelas 104 páginas do livro O Ser, o Agora, o Sempre. Já inscrito no concurso, Rosa Borges passou a esperar um resultado positivo. “A gente sempre espera uma coisa boa quando concorre a alguma coisa. E logo eu que sou otimista”, lembra. Não deu outra. Foi premiado.
Procurador de Justiça aposentado e parapsicólogo cada vez mais atuante, Rosa Borges resolveu fazer o lançamento do seu novo livro a partir das 17h. “Quero aproveitar a hora que meus amigos estão saindo do trabalho e estender esse reencontro por mais algum tempo”, afirma. Se depender dos amigos, será um evento bastante concorrido. Afinal, tem muita gente querendo conhecer o lado poeta de um renomado parapsicólogo pernambucano.
No dia 7 de dezembro, no restaurante Spettus, em almoço de confraternização do IPPP, fui homenageado com o Diploma e medalha de honra ao mérito, placa de agradecimento e diploma de Presidente de Honra do IPPP.
No mês de fevereiro, conversei com o Deputado Estadual, Geraldo Barbosa a respeito da Academia e ele apresentou um projeto à Assembleia Legislativa para o reconhecimento da instituição como de utilidade pública estadual. O projeto foi aprovado e transformado na Lei nº 11.345, de 14 de maio de 1996.
JORNAL DO COMMERCIO
2 de agosto de 1996.
Convidado pelo Jornal do Commercio, pesquisei um caso de poltergeist, produzido por uma garota de 10 anos, Denise Sandra, que reside à rua Amador Araújo, 225, no bairro denominado Barro, no Recife. Ouvi testemunhas e orientei a família sobre o fenômeno. O Jornal do Commercio de 2 de agosto publicou matéria sobre o assunto.
JORNAL DO COMMÉRCIO
02 de agosto de 1996
PARANORMALIDADE – Mistério ronda casa do Barro
GAROTA PODE SER CAUSADORA DE FENÔMENOS
Karina Maux
Apesar de mais tranquilos depois das visitas de espíritas kardecistas quarta-feira passada (31), os moradores da casa 225 na Rua Amador Araújo, no Barro, ainda enfrentam com menos intensidade, fenômenos sobrenaturais – pedras que voam e móveis que se movimentam sozinhos. Convidado pelo Jornal do Commércio, o parapsicólogo Valter da Rosa Borges foi ontem ao local e levantou a hipótese de a garota Denise Sandra, 10 anos, estar liberando involuntariamente esse tipo de energia, fenômeno chamado de poltergeist.
Ele explicou que Denise está entrando na puberdade, período em que as garotas passam por um processo de alteração hormonal que culmina com a primeira menstruação. “Há uma destacável e inconsciente liberação de energia orgânica agindo no mundo físico”, disse. O parapsicólogo chegou a essa hipótese porque Denise sempre esteve presente em todos os acontecimentos paranormais. Em um deles, ela foi vítima, ao ser acertada por quatro pedradas, em cômodos diferentes da casa. As pedras eram grandes e atravessaram as telhas sem quebrá-las.
Outro fato que levou Valter a discutir a possibilidade de a menina ser a causadora dos fenômenos é que a avó de Denise morreu há sete meses e existia uma forte relação entre as duas, segundo a própria Denise, que revelou sentir muita falta da avó. “Talvez a perda a tenha afetado, descontrolando o emocional de Denise”, destacou Valter. Segundo ele, o clima de tensão emocional aumenta a intensidade dos acontecimentos. O parapsicólogo disse que também a mãe de Denise, Claudecir Pereira, 46 anos, que se encontra na menopausa, pode estar produzindo os fenômenos.
ESTRATÉGIA – Para o parapsicólogo, a solução imediata é reduzir o nível emocional para que o fenômeno desapareça. “A família tem de manter a tranquilidade, já que a tendência é que a energia orgânica se estabilize”. Se depender dos familiares a paz vai voltar a reinar e os “fantasmas” vão ter de bater em outra porta, já que eles estão exercitando uma paciência evangélica. “Tenho fé em Deus que não vai acontecer mais”, desabafa Íris.
COMUNICAÇÃO DO CASO
No dia 28 de março de 1996, recebi, pelo Correio, uma correspondência do meu velho amigo Luiz Coimbra Filho (rua Souza de Andrade, 55, bloco “C”, apto 501, Aflitos, Recife, Pernambuco), onde relatava um caso de psicografia apresentado por sua filha, Diana Coimbra Araújo, cuja caligrafia, assinatura e conteúdo eram de seu irmão Caetano Coimbra, que se encontrava, naquela ocasião hospitalizado. Transcrevo, na íntegra, a carta que me foi dirigida:
Recife, 24.3.96
Caro Dr. Walter.
Paz em Jesus.
Para acrescentar ao seu acervo de pesquisas, e para sua valiosa e abalisada apreciação, junto um valioso documento, que nos foi proporcionado pelo nosso querido irmão Caetano pouco antes de sua partida para o Mundo Espiritual. Trata-se de mensagem psicografada por nossa filha Diana, encontrando-se ela convalescente de uma histerectomia, em sua residência (dela).
Pelos documentos, fica comprovado que ele estava hospitalizado desde 27.7.95; a mensagem foi datada, por ele mesmo, de 29.7.95; a caligrafia é, exatamente a dele; a firma, absolutamente igual, tanto que o Cartório a reconheceu; e a Declaração do Hospital atesta que ele esteve interno de 27.7.95 a 13.8.95, quando faleceu – com firma também reconhecida.
Pode haver prova mais concludente da existência da alma e de sua comunicação, quando ainda em vida (material…)?!
Um grande abraço do confrade
Luiz
- Minha mãe também desencarnou em 24.8.95, confirmando a mensagem de Caetano, na mensagem.
Anexou à carta uma cópia xerox da mensagem psicografada e seu símile datilografado, tal como se segue:
Recife, 29 de junho de 1995
Meus familiares queridos.
Tudo o que está ocorrendo é necessário, tenhamos na misericórdia de Deus a nossa fé e nesses irmãos dedicados da espiritualidade o nosso apreço. Têm sido anjos tutelares das horas amargas destes meus últimos dias nesta encarnação.
Não se impressionem pelos fatos ocorridos pois tudo está sob controle.
Tenho me encontrado com Mamãe e conversamos bastante sobre tudo. Soube que o seu desencarne também está próximo, pois o corpo começa a dar os últimos sinais de vitalidade. Estamos próximos de nos unirmos na Espiritualidade e já fomos levados para visitarmos o lar que prepararam para nós, tendo de frente o Espírito amoroso de Sinhô e de D. Blandina.
Estamos bem e tudo passará. Não se impressionem com o que têm observado ao meu respeito, tenhamos fé em Deus pai de misericórdia infinita e em nosso Mestre e Senhor Jesus, o Cristo de Deus.
Lula, Tancredo, Paulo, Socorro, Judite e Marilu, ajudem a minha família principalmente aos filhos que precisam de uma fé e coragem que não têm. Peço a Deus por Edileuza, Espírito dedicado, amoroso em todas as horas. Jesus a abençoe por tudo. Tenhamos toda a fé que transporta montanhas, porque tudo passará. Que Jesus abençoe a todos.
Para você minha sobrinha do coração o meu ósculo de amor e carinho. Minha gratidão por tudo.
Agradeçamos a Jesus pelas dores e pelas provas que quebram a casca dos nossos desequilíbrios e débitos do passado a fim de nos libertarmos e sermos mais felizes.
Aqui me despeço com um beijo e um abraço para todos vós meus familiares queridos. A gratidão eterna deste irmão em Jesus.
Caetano Coimbra.
Na cópia xérox, vê-se o reconhecimento da firma de Caetano Coimbra, atestada pelo Cartório Pragana.
Finalmente, também em xérox, uma declaração do Hospital Santa Joana, assinada por Alayde Soares de Albuquerque, Chefe do Departamento de Enfermagem, com firma reconhecida pelo Cartório Costa Lima, cujo teor é o seguinte:
DECLARAÇÃO
Declaramos para os devidos fins que o Sr. Caetano Coimbra deu entrada em nossa urgência no dia 27.07.95 à 16:00 horas, permanecendo internado até o dia 13.08.95, quando foi o óbito.
Recife, 17 de agosto de 1995
Alayde Soares de Albuquerque
QUEM ERA CAETANO COIMBRA
Caetano Coimbra nasceu em São Caetano, município de Pernambuco, em 8 de novembro de 1929 e faleceu, no Recife, em 13 de agosto de 1995. Era um dos seis filhos de Luiz Coimbra Cordeiro Campos e Maria de Lourdes Gomes Coimbra, os quais foram os idealizadores da Fundação da Casa dos Espíritas de Pernambuco. Casou com a Sra. Edileuza Porto Coimbra e, desta união, nasceram três filhos. O seu irmão, Luiz Coimbra, foi quem nos enviou os fatos do qual resultou o presente trabalho.
Caetano Coimbra, assim como seus irmãos Luiz e Paulo, era espírita militante e durante 55 anos exerceu vários cargos de destaque em instituições espíritas, principalmente como palestrante e conferencista da Casa dos Espíritas de Pernambuco.
Conheci pessoalmente Caetano Coimbra e um dos nossos raros contatos aconteceu por ocasião de um encontro promovido pelo I.P.P.P. com os representantes de diversas instituições espíritas do Recife, em 6 de janeiro de 1974, no auditório do SESI, com a finalidade de discutir a fenomenologia paranormal e estabelecer as diferenças entre Parapsicologia e Espiritismo.
QUEM É A PSICÓGRAFA
Diana Coimbra Araújo, sobrinha de Caetano Coimbra, nasceu no Recife em 5 de outubro de 1951 e é casada com José Araújo Albuquerque Neto. Deste casamento nasceram os seguintes filhos: Carlos Henrique Coimbra Araújo, de 19 anos; Cláudia Regina Coimbra Araújo, de 18 anos; e Fábio José Araújo Albuquerque, de 15 anos.
Conforme sua informação, é médium consciente de psicofonia e psicografia há vinte e cinco anos.
INÍCIO DA INVESTIGAÇÃO
Com o propósito de aprofundar a pesquisa do fenômeno, remeti, no dia 11 de maio de 1996, a Luiz Coimbra Filho doze perguntas, como abaixo se segue, as quais foram, no dia 21 do mesmo mês, respondidas por escrito e fielmente transcritas na íntegra.
01) Qual a enfermidade de Caetano e qual o prognóstico sobre a mesma?
L.C. – Câncer nos ossos; nenhuma esperança de cura, desde as primeiras manifestações da doença; os médicos achavam que não teria mais que poucos meses de vida; – levou cerca de 5 anos.
02) Caetano manifestou a alguém o desejo de se comunicar psiquicamente com alguma pessoa durante sua doença?
L.C. – Não
03) Em caso afirmativo, ele disse qual seria a pessoa indicada?
L.C. – Prejudicado
04) Em caso afirmativo, foi a psicógrafa?
L.C. – Prejudicado
05) Em que situação se encontrava Caetano por ocasião da psicografia: sozinho ou com alguém no quarto, consciente ou inconsciente?
L.C. – Encontrava-se em quarto do Hospital Santa Joana, “dopado”, desde o dia 27.7.95, data do seu internamento, sob o efeito de fortes analgésicos.
06) Caetano, após o fenômeno, disse a alguém que o produzira voluntariamente ou que apenas dele teve consciência?
L.C. – Nada falou sobre o fenômeno, mesmo porque, quase todo o tempo permanecia dormindo; poucas vezes teve vislumbres de consciência, desde o seu internamento, face ao seu estado mencionado no item anterior.
07) Em caso afirmativo, relatou o conteúdo da psicografia?
L.C. – Prejudicado.
08) A psicógrafa era pessoa muito ligada afetivamente a Caetano, como parece sugerir a mensagem?
L.C. – Sim.
09) A psicógrafa já manifestara antes este tipo de fenômeno?
L.C. – Não.
10) Em caso afirmativo, já psicografara mensagens de outras pessoas vivas?
L.C. – Não.
11) Em que circunstâncias a psicógrafa recebeu a mensagem de Caetano?
L.C. – Encontrava-se convalescendo de uma histerectomia, em seu quarto, sentada em uma cadeira de repouso. Desejou escrever algo sobre ele e apanhou um caderno; imediatamente sentiu sua presença e o seu desejo de transmitir uma mensagem. Começou a escrever no papel, sobre os joelhos. Ao terminar a mensagem, recebeu, intuitivamente, a recomendação para “ajeitar o bloco de papel em seu colo, pois, iria apor sua assinatura”.
12) A genitora dos Coimbra estava bem de saúde, doente ou gravemente enferma?
L.C. – Minha Mãe, Maria de Lourdes Gomes Coimbra (Lourdinha), próximo a completar 87 anos (o que aconteceria em a 06.12.95), sofria bastante com o reumatismo, quase não mais podendo ausentar-se do seu apartamento; era doente crônica, inclusive de outros “achaques” próprios da idade. Poucos dias após o internamento hospitalar de Caetano (27.7.95), seu estado de saúde agravou-se progressivamente, já permanecendo acamada, quando ele desencarnou, de cujo fato não tomou conhecimento nesta encarnação.
Em 31 de maio de 1996, enviei à psicógrafa às seguintes perguntas, as quais foram também respondidas por escrito e remetidas a mim, quatro dias depois, ou seja, no dia 4 de junho.
1) – Há quanto tempo é psicógrafa?
D.C.A – Sou psicógrafa há 25 anos.
2) – Qual a modalidade de psicografia: simples ou mecânica, consciente ou inconsciente?
D.C.A – Psicografia simples, consciente.
3) – Psicografa mensagens de pessoas mortas conhecidas?
D.C.A – Sim, apesar de no momento atuar mais como médium psicofônico.
4) – Em caso afirmativo, reproduz, com fidelidade, sua caligrafia e assinatura?
D.C.A – Nunca reproduzi mensagens com a caligrafia e a assinatura do Espírito.
5) – Em caso afirmativo, alguma dessas mensagens foi reconhecida em cartório?
D.C.A – A única foi exatamente a do meu tio Caetano Coimbra.
6) – Qual a impressão que teve do estado de saúde de Caetano, quando estava internado no Hospital?
D.C.A – O meu tio estava em fase terminal, sob o efeito de drogas fortíssimas que o deixavam adormecido por quase todo o tempo.
7) – Foi aquela a primeira vez que Caetano foi hospitalizado, após o diagnóstico de câncer?
D.C.A. – Não, há quatro anos e meio antes do seu desencarne, foi submetido a uma cirurgia relacionada com a sua doença: câncer de próstata.
8) – Era profundo o seu relacionamento afetivo com Caetano?
D.C.A – Sempre fui muito ligada a ele desde que nasci, pois os meus tios moravam todos em casas vizinhas, como uma vila. Daí me criei na companhia deles. Sempre tive por meu tio Coimbrinha (era assim que todos os seus familiares o tratavam) uma afinidade muito grande e quando tornei-me adulta, sentia uma profunda admiração por suas qualidades morais e intelectuais.
9) – Já havia passado antes por experiências telepáticas com Caetano?
D.C.A – Nunca tive este tipo de experiência com ele, apesar de ser grande a nossa convivência.
10) – Conhecia bem a caligrafia e a assinatura de Caetano?
D.C.A – Quem convive com alguém desde que nasceu, tem que conhecer a caligrafia e a assinatura dela.
11) – Possui outras aptidões paranormais além da psicografia?
D.C.A – Sou médium psicofônico consciente.
As respostas dadas pela psicógrafa primaram pela objetividade, clareza e simplicidade. Facilmente se deduz a sinceridade do relato, no qual não se vislumbra o mínimo indício de valorização pessoal ou de explícita modéstia.
EXAME GRAFOSCÓPICO
O reconhecimento, em Cartório, da assinatura de Caetano Coimbra na mensagem psicográfica, embora sugestivo, não era, no entanto, conclusivo, sob o ponto de vista científico, para a validação da documentação apresentada. Assim, em 10 de junho, solicitei de Luiz Coimbra Filho a mensagem psicográfica original, assim como papeis, livros ou documentos de qualquer natureza, onde constassem escritos e assinaturas de Caetano Coimbra.
No dia 25 de junho, Luiz Coimbra Filho veio, pessoalmente, à minha residência trazer o material solicitado, constituído da mensagem psicográfica original, quatro (4) páginas manuscritas de Caetano Coimbra e quatro (4) livros, contendo todos eles a sua assinatura. Dentro do envelope, encontrei a seguinte missiva:
Recife, 25.6.96
Caro Valter –
Paz em Jesus.
Remeto-lhe, conforme seu pedido, o original da mensagem de Caetano, recebida por Diana, datada de 29.7.95, e os seguintes livros, onde se encontra a sua assinatura, com várias datas:
– Antologia de Rui Barbosa;
– A Revolução contra a Igreja;
– Deuses, Túmulos e Sábios;
– O Ponto de Mutação;
assim como, 4 páginas de parte de um estudo que ele deixou manuscrito, para oportuna publicação.
Evidentemente, em muita confiança é que lhe estou emprestando esse material, para seus estudos, principalmente o original da mensagem.
Meu abraço
Luiz Coimbra
À primeira vista, pareceu-me evidente que a assinatura e a caligrafia de Caetano Coimbra não se assemelhavam à assinatura e à caligrafia da mensagem psicografada. Apesar disto, entrei em contato com meu ex-aluno de Direito Civil da Universidade Católica de Pernambuco, Dr. Giovanni Rolim, advogado, psicólogo e perito do Instituto de Criminalística da Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco e indaguei da possibilidade de se proceder um exame grafoscópico do referido material. De imediato, o Dr. Giovanni respondeu-me afirmativamente e, assim, no dia 3 de julho, compareci ao Instituto de Criminalística onde, em sua companhia, apresentei ao perito Dr. Roberto Eiras e um de seus auxiliares o material para o exame grafoscópico.
O exame inicial realizado pelos dois peritos coincidiu com a minha impressão inicial: não existia coincidência entre as grafias e as assinaturas confrontadas. Mesmo assim, antes de me fornecerem seu parecer final, solicitaram-me o envio de novo material, sugerindo-me que obtivesse da psicógrafa o mesmo texto, na íntegra, da mensagem psicografada com a sua própria letra, assim como qualquer texto escrito por Caetano Coimbra na época aproximada de sua morte.
No dia 6 de julho, entrei em contato telefônico com a psicógrafa e lhe solicitei o material sugerido pelos peritos do Instituto de Criminalística, tendo recebido a promessa de que o material requerido me seria entregue na próxima segunda-feira.
No dia 10 de julho fui ao Cartório Pragana, onde fora reconhecida a assinatura de Caetano Coimbra, e solicitei ao seu titular, Erasmo Falcão, 1o Tabelião da Capital, uma cópia xerox autenticada das fichas de assinatura de Caetano Coimbra, no que fui prontamente atendido.
Em 23 de julho, recebi a comunicação mediúnica escrita com a própria grafia da psicógrafa, assim como uma folha de papel com anotações de Caetano Coimbra e com a sua assinatura, com data de 17 de março de 1995.
No dia seguinte, dirige-me, de novo, ao Instituto de Criminalística e apresentei ao Dr. Roberto Eiras o novo material fornecido por Luiz Coimbra, assim como as fichas de assinatura, em xérox, de Caetano Coimbra.
O Dr. Roberto Eiras declarou-me, após o exame do material, que não poderia fornecer parecer sobre o caso por questão de ordem burocrática, a não ser que fosse oficialmente solicitado pela família de Caetano Coimbra. No entanto, esclareceu-me, como informação estritamente particular, que entre a mensagem psicografada e os escritos de Caetano, inclusive sua assinatura, existem divergências de ordem formal e grafocinética, assim como quanto às qualidades gerais de grafismo e de traçados. Tais elementos, disse-me ele, são suficientes para a certeza de que a escrita cursiva não foi oriunda de uma fonte exterior, no caso a telepatia. Ainda mais: na verificação entre a psicografia e a escrita normal da psicógrafa estão presentes elementos identificadores do mesmo punho, exibindo um grafocinetismo próprio da personalidade gráfica da psicógrafa.
ANÁLISE DO CASO
A intenção do meu amigo Luiz Coimbra era demonstrar que a mensagem psicografada por sua filha Diana fora obtida por ação direta do espírito do seu irmão Caetano Coimbra, quando ainda vivo, tanto assim que a assinatura na mensagem mediúnica tivera sido reconhecida em Cartório. Por isto, ele ponderou: “Pode haver prova mais concludente da existência da alma e de sua comunicação, quando ainda em vida (material…)?!”
Na minha condição de parapsicólogo, me esquivei de analisar a questão da sobrevivência post mortem do homem e me interessei em estudar o caso sob dois enfoques distintos:
- Se se tratava de uma possível ação psicocinética de Caetano Coimbra sobre o organismo de sua sobrinha, reproduzindo, por psicografia, a sua assinatura,
- Se se tratava de uma experiência precognitiva sob forma psicográfica.
Pela leitura dos dados obtidos, observa-se que Caetano Coimbra era portador de câncer ósseo com uma sobrevida que excedeu, de muito, o prognóstico médico. Logo, o seu falecimento, a qualquer tempo, era esperado, principalmente quando foi internado no Hospital Santa Joana e ali permaneceu, durante todo o tempo “dopado”, pelo efeito de fortes analgésicos e com brevíssimos momentos de lucidez.
Não obstante, só foi hospitalizado duas vezes: uma, há quatro anos atrás, para se submeter a uma cirurgia de câncer de próstata e a outra, no dia 27 de julho de 1995, na emergência do Hospital Santa Joana, onde veio a falecer no dia 13 de agosto do mesmo ano.
Em momento algum, Caetano demonstrou aos seus familiares o desejo de se comunicar psiquicamente com qualquer deles e, devido ao seu estado de precária lucidez, jamais fez referência ao fenômeno acontecido. Logo, não se pode saber se ele, voluntária ou involuntariamente, interagiu telepaticamente com a sua sobrinha psicógrafa e, em caso afirmativo, se teve consciência do fato.
Caetano era muito ligado afetivamente à sua sobrinha Diana, filha de seu irmão Luiz e esta, por sua vez, jamais psicografara comunicação de pessoa viva. A psicógrafa, por sua vez, ratificou que possuía uma “afinidade muito grande” por seu tio e que sentia “uma profunda admiração por suas qualidades morais e intelectuais”.
Diana, no momento da psicografia, estava em sua residência, convalescendo de uma histerectomia, quando teve vontade de escrever sobre seu tio Caetano. Ao apanhar um caderno, sentiu, imediatamente, que ele queria transmitir-lhe uma mensagem, a qual foi escrita apoiada sobre os seus joelhos. Ao término da mesma, recebeu, intuitivamente, a recomendação de Caetano para ajeitar o bloco de papel em seu colo, pois iria apor a sua assinatura, a qual, posteriormente, foi reconhecida pelo Cartório Pragana, em 2 de agosto de 1995, ou seja, onze dias antes da sua morte.
A mensagem psicografada data de 29 de julho de 1995, ou seja, dois dias após o internamento hospitalar de Caetano e se caracteriza pela rara serenidade de uma pessoa ante a iminência da sua própria morte e da morte de outra pessoa querida, no caso a sua própria genitora. Ele não exalta o seu sofrimento, nem adota uma postura de estoicismo, procurando, antes, preservar o equilíbrio emocional de seus familiares. Relata o seu contato com o Além, em companhia de sua genitora, em procedimento de preparação para o desencarne próximo dos dois e singelamente declara: “Estamos bem e tudo passará”.
A genitora dos Coimbra, D. Maria de Lourdes Gomes Coimbra, então com quase 87 anos de idade, era uma doente crônica, tendo o seu estado de saúde se agravado, após o internamento de Caetano, não tendo tomado conhecimento, ao menos a nível consciente, da morte de seu filho. Ela faleceu em 24 de agosto de 1995, ou seja, 11 (onze) dias após a morte de Caetano Coimbra.
HIPÓTESES
Podemos aventar duas hipóteses para a explicação do caso:
- a) Fenômeno psicológico
- b) Fenômeno parapsicológico
Fenômeno psicológico
À primeira vista, a explicação psicológica parece a que melhor se ajusta ao caso, visto que a morte de Caetano e de D. Maria de Lourdes era um fato esperado por todos. O conteúdo da mensagem reflete a crença de todos os membros da família na continuidade da vida após a morte.
Poder-se-ia argumentar que a psicógrafa, temerosa da morte do tio querido, procurou, inconscientemente, conformar-se com a sua perda, elaborando uma mensagem dentro da concepção espírita da família. E, neste processo de dramatização catártica, incluiu também a morte de sua avó, cujo estado de saúde, pela sua própria idade, inspirava cuidados.
Fenômeno parapsicológico
Poderíamos argumentar que a mensagem psicográfica resultou de uma relação telepática entre a psicógrafa Diana Coimbra Araújo e seu tio Caetano Coimbra, embora aquela tenha asseverado que jamais teve esse tipo de experiência com este, apesar de ser grande a convivência entre ambos.
Diana esclareceu que tinha uma “afinidade muito grande” por seu tio, o que constitui em fator facilitador da experiência telepática. E informa, ainda, que, quando se tornou adulta, passou a sentir “uma profunda admiração por suas qualidades morais e intelectuais”.
É possível que, por telepatia, Diana tivesse captado do inconsciente de Caetano, assim como de sua avó, a informação da morte iminente dos dois, dramatizando o seu conteúdo na conformidade de sua crença espírita. E esta precognição, resultante da interação telepática, logrou tornar-se realidade.
Neste caso, a não comprovação grafoscópica da mensagem psicografada não invalidaria a experiência precognitiva, tornando apenas inválida a hipótese de uma ação psi-kapa do inconsciente de Caetano sobre a mão de Diana no momento da aposição de sua assinatura.
Observando-se atentamente a assinatura de Caetano e a produzida pela psicógrafa, constata-se uma certa semelhança entre elas, o que poderia ser explicado por uma criptomnésia de natureza psicológica e não parapsicológica.
Quando por mim indagada se conhecia bem a caligrafia e a assinatura de Caetano, Diana respondeu sem qualquer tergiversação e com a reconhecida sinceridade dos Coimbras: “Quem convive com alguém desde que nasceu, tem que conhecer a caligrafia e a assinatura dela.”
Naturalmente, o afeto e a admiração de Diana por Caetano imprimiram, no seu inconsciente, as características psicológicas do seu tio, inclusive a sua caligrafia e assinatura. E, assim, por ocasião da manifestação precognitiva, que noticiava, por psicografia, a morte próxima de Caetano, ela, para validar, inconscientemente, a autenticidade da mensagem mediúnica de seu tio, apôs, ao final da comunicação, a sua assinatura.
CONCLUSÃO
Em consonância com o famoso princípio da “navalha de Ockam”, aplicado ao presente caso, temos de reconhecer que a explicação psicológica prevalece sobre a parapsicológica, sem que, porém, a exclua.
O conteúdo da mensagem psicográfica não parece originário de uma relação telepática, mas de uma elaboração do próprio inconsciente da psicógrafa.
A morte iminente de Caetano era um acontecimento logicamente esperado e o possível falecimento de sua genitora, doente crônica e com 86 anos de idade, constituía uma probabilidade razoável, notadamente quando ela, direta ou indiretamente, tomasse conhecimento da morte do filho.
A mensagem psicográfica revela a aceitação da morte esperada, devidamente adornada com uma dramatização doutrinária espírita.
O exame grafoscópico, no caso presente, desautorizou a hipótese de que a mente de Caetano Coimbra agiu psicocineticamente sobre o sistema nervoso e muscular de sua sobrinha Diana, fazendo com que esta, por psicografia, reproduzisse sua caligrafia e assinatura.
Nem sequer podemos argumentar que a mente da psicógrafa utilizou, exitosamente, o conhecimento que possuía, consciente ou inconscientemente, da grafia e da assinatura de seu tio Caetano Coimbra, para a composição da mensagem mediúnica.
O reconhecimento da firma de Caetano pelo Cartório Pragana foi um equívoco tabelionário lastimável, gerando uma convicção ilusória na família dos Coimbra de que a mensagem psicografada resultou, inequivocamente, de uma comunicação mediúnica entre vivos ou, na linguagem parapsicológica, de uma experiência telepática.
Membro fundador da Associação Brasileira para o Progresso da Parapsicologia.
No mês de fevereiro, conversei com o Deputado Geraldo Barbosa a respeito da Academia Pernambucana de Ciências, o qual, convencido da importância da instituição, apresentou à Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, um projeto para reconhecê-la como de Utilidade Pública Estadual. O projeto foi aprovado e se transformou na Lei 11.345, de 14 de maio de 1996.
O próximo passo foi aumentar o número de associados. Assim, no dia 28 de maio, na Federação das Indústrias de Pernambuco – FIEPE -, na Avenida Cruz Cabugá, 767, bairro de Santo Amaro, realizou-se a posse dos acadêmicos Badogílio Rodrigues Maciel, Carlos Eugênio Gantois, Érico Iglésias Cavalcanti Melo, Erivam Félix Vieira, Everaldo Moreira Veras, Pe. Ferdinand Azevedo, Fernando Gonçalves, Francisco Eduardo Bezerra de A. Lima, Guaracy Lyra da Fonsêca, Jalmir Freire Brelaz de Castro, José Roberto de Melo, Luiz Carlos Oliveira Diniz, Margarida Maria Félix da Silva, Mauro Carneiro Assis do Rego, Reginaldo Cordeiro do Nascimento, Ronaldo Dantas Lins Filgueira e Waldemir Oliveira Lins.
Na mesma solenidade, a Academia Pernambucana de Ciência e a Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco – FIESP-, representadas respectivamente por Valter da Rosa Borges e Armando Monteiro Neto, assinaram um convênio de parceria com a finalidade de elaborar um programa de desenvolvimento econômico e cientifico para o nosso Estado.
No mês seguinte, no dia 1º de junho, em solenidade simples, na sede do Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofísicas, dei posse ao acadêmico Fernando Jorge Simão dos Santos Figueira.
Prefacio o livro “Interações Mente-Organismo-Ambiente”, de Maria da Salete Barros Rego Barros Melo. E o livro “Paranormalidade e Doença Mental”, de Silvino Alves da Silva Neto
Comprei o apartamento 902, na rua do Futuro, 897, bairro da Jaqueira.